Snapchat não é para "velhos"*

* - onde "velho" se refere a alguém com mais de 25 anos...

Lembram-se do "generation gap"? Pois lamento informar-vos que continua a acontecer, mesmo entre gerações onde se tornou normal pais e filhos (e até avós e netos) combaterem juntos em jogos multiplayer. Um dos casos que isso melhor demonstra é o Snapchat, uma app que está a ter um crescimento explosivo entre os mais novos, mas que deixa completamente perdidos (ou no mínimo desconfortáveis) utilizadores mais velhos... e onde velhos podem ser pessoas com pouco mais de 25 anos.

Tal como em tempos outras pessoas olharam com estranheza para periféricos como um rato e interfaces que consistiam em janelas que podiam mover-se pelo ecrã (face a ecrãs repletos de texto e onde as teclas do cursor dominavam - basta olharem para aquele sub-utilizado e quase fossilizado "ScrLck" que ainda permanece na maioria dos teclados); também hoje há inúmeras gerações que implicitamente esperam que uma app tenha menus, botões, configurações, e tudo o mais que se tornou "normal".

Não será por isso de estranhar que ao abrir uma app como o Snapchat, onde tudo o que temos é uma imagem do que a nossa câmara esta a ver... muita gente se sinta imediatamente perdida, tendo como consequência: fechar a app, desinstalá-la, e apagar este acontecimento da memória.

No snapachat tudo é feito com gestos, e por muito estranho que possa parecer, é algo que faz mais sentido para alguém que não tenha o seu cérebro formatado por anos ou décadas de programas estruturados com menus e botões. Por isso mesmo temos uma enorme taxa de utilização entre os mais novos, e uma imensa taxa de abandono entre os mais "velhos" - sendo que também poderíamos referir que bastaria olhar para o Windows 8 e abandono do start menu como outro exemplo de como o peso da "tradição" se faz sentir (ao ponto de novo Windows 10 o start menu estar de volta.)

Por isso, não se sintam mal independentemente da idade que tiverem... parece que está demonstrado que somos todos "velhos", e a única a coisa a que podemos aspirar é não deixarmos de sentir curiosidade e dar (real) oportunidade às apps e serviços que se arriscam a fazer as coisas de forma diferente (senãp, qualquer dia estaremos a reclamar pelo facto de um automóvel autónomo sem condutor não ter volante! ;)