2015/02/10

VPNs usadas para escapar às fronteiras geográficas


A internet veio ligar o mundo e abolir as fronteiras e distâncias... ou assim pensávamos. Infelizmente, há quem continue a tentar impor fronteiras, obrigando muitos utilizadores a procurarem formas de contornarem essas barreiras.

Quem é que já não se deparou com os absurdos avisos de "conteúdo não disponível no seu país" ao tentar ver um vídeo do YouTube (ou outros)? E que dizer então de quem tenta subscrever um serviço como o Netflix apenas para ser confrontado com a mensagem de que também não estamos num país suportado?

Se se tratam de serviços globais, que motivos poderá haver para impedir que estes conteúdos cheguem a toda a gente? E a resposta são as sempre "delicadas" questões dos direitos de transmissão, exibição, etc. - direitos pensados para um mundo onde a ideia de se poder fazer chegar conteúdos a qualquer ponto do planeta de forma imediata não passava de ficção científica. E o resultado é apenas um: sempre que não existe forma directa de aceder aos conteúdos... recorre-se a outras formas, neste caso às VPNs.

Os serviços de VPN não só permitem que um utilizador possa manter a sua ligação em segurança, como podem fazer com que esse utilizador pareça estar em praticamente qualquer país. Isto é usado por inúmeras pessoas para acederem a serviços que estariam apenas disponíveis nesses países (por exemplo, permitindo que subscrevam o Netflix mesmo estando em Portugal).

E o mais caricato é que se vejam as associações ditas de "defesa dos direitos" a continuar a insistir no tema da "pirataria" e em tácticas absurdas e sem qualquer efeito (como o bloqueio de domínios), em vez de realmente se dedicarem a temas que interessam, como a facilitação do acesso a estes serviços legais (e onde temos a Noruega como exemplo do efeito que isso pode representar.)

... Mas cheira-me que essas entidades de "defesa dos direitos" estejam mais interessados é na defesa dos seus próprios direitos do que realmente no que é melhor para os consumidores (e até dos próprios artistas e criadores). E enquanto assim for... o negócio das VPNs irá crescer de vento em popa - pelo menos até que um dia destes comecem a associar as VPNs a "pirataria" e a tentar abolir este tipo de serviço (não se riam... pois é precisamente o que resultará da mentalidade dessas pessoas).

3 comentários:

  1. Essas associações de "defesa" de algo ou alguém só se defendem a si próprias. A SPA, a deco e outras são simplesmente clubes de amigos a fazerem pela vida com uma capa de Robin Hood.
    Não entendo como ainda há quem dê para esses peditórios!

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  2. "até que um dia destes comecem a associar as VPNs a "pirataria" e a tentar abolir este tipo de serviço"
    Mas isso já acontece, até o Netflix já começou a cortar o acesso a clientes que usem certas VPN's

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  3. Sinto-me velho. Ainda sou do tempo (+15 anos atrás) em que só usavamos port bouncers e http proxies.

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