Enquanto alguns artistas se vão voltando para métodos de auto-distribuição que dispensam as discográficas; outros há que têm criticado duramente serviços como o Spotify dizendo que não lhes pagam o suficiente. Mas agora um estudo encomendado pelas próprias discográficas vem revelar para onde vai o dinheiro... e não admira que os artistas se queixem... embora estejam a culpar quem menos culpa tem.
Um estudo encomendado pelo grupo francês que representa as discográficas veio dar resposta - de forma bem expressiva - à pergunta de quem está afinal a ficar com o dinheiro dos serviços de streaming, como o Spotify. Depois de retirados os impostos e os cerca 20% cobrados pela plataforma, a distribuição do dinheiro que fica disponível é bastante esclarecedora:
Não admira que os artistas se queixem dos serviços de streaming, pois só recebem uns míseros 10% do "bolo" disponível. Os autores das obras recebem 16%; mas mesmo assim não há como ignorar que a fatia de leão, 73.1%, fica para as editoras.
Se por esta altura pensavam que tudo estaria dito, e que os artistas teriam o bom senso de verem que é que realmente deverão "culpar"; eis que a situação se torna ainda mais caricata... Como disse, este estudo foi encomendado por um grupo de representação das editoras, e por isso apresentam estes valores como sendo algo completamente justo e benéfico para os artistas!
O estudo refere que 95% desse valor que vai para as editoras é gasto nas despesas que eles têm com a produção das obras dos artistas, no marketing e promoção dos mesmos, etc. etc. A mesma coisa que sempre disseram desde o tempo dos discos de vinil e dos CDs... ignorando o facto que agora no "streaming", esses custos nem sequer existem.
É engraçado como sempre que uma indústria está prestes a ficar obsoleta, têm sempre tendência a transferir as "despesas" para onde mais lhes convém. Nos livros em papel, era a própria produção do livro... mas com os eBooks os preços mantiveram-se - e até subiram nalguns casos - e afinal o custo de produção não é o do livro físico mas "tudo o resto". Na música, assistimos à mesma táctica... Mas parece-me que será uma questão de tempo até que os autores e artistas comecem a fazer contas à vida, e repensar se realmente faz sentido receberem apenas 10% pelo seu trabalho... quando "outros" levam 73.1% porque dizem que assim é que é justo.
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Façam um artigo sobre o bandcamp (principalmente sobre a app para android, é uma agradável surpresa).
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