A qualidade da câmara é, para muitas pessoas, um dos factores mais importantes no momento de escolher um novo smartphone - mas usar sensores maiores ou lentes melhores não é algo fácil de fazer quando se pretendem fazer dispositivos com poucos milímetros de espessura, motivo pelo qual a Apple parece estar a preparar um novo sistema que permitirá aumentar drasticamente a qualidade das imagens sem engordar um iPhone (e possivelmente fazer com que se acabe a era das câmaras "saídas" para fora).
Se nos acompanham há algum tempo já saberão que os megapixeis que nos apresentam nas câmaras são "uma boa treta". Dizer que uma câmara tem 20MP é o equivalente a dizer que o vosso televisor Full HD tem 6.2 milhões de pixeis em vez dos 2 milhões reais que tem.
O problema é que praticamente a totalidade das câmaras digitais actuais recorre a sensores com um padrão de cor Bayer, o que faz com que cada um dos pixeis anunciados só seja capaz de detectar uma das cores primárias (com a consequente perda de resolução, que depois se tenta recuperar com sistemas de interpolação).
É possível fazer-se melhor, e é isso mesmo que a Apple parece estar interessada em fazer, segundo o que foi revelado num pedido para uma patente.
A Apple imaginou um sistema que recorre a prismas para separar as cores primárias e enviá-las para 3 sensores de imagem - ao estilo do que faziam aquelas câmaras que anunciavam orgulhosamente "3 CCDs" - o que por si só permitiria dar um salto substancial na qualidade de imagem, pois teríamos imagens com a cor 100% correcta para cada pixel, sem interpolação.
Mas o sistema apresentado não se limita a fazer isso, e integra também um sistema de estabilização de imagem, e também de zoom óptico(!) tudo isto num formato ultra-compacto que mantém uma espessura reduzida (pois usa um espelho a 45º para fazer com que todos os elementos e sistema possam ficar paralelos à tampa traseira.)
Como sempre, a grande incógnita será saber se a Apple algum dia irá tornar realidade o mecanismo apresentado neste patente, ou se se destina a ser apenas mais uma das muitas que vai acumulando nas gavetas. De qualquer forma, mostra-nos que ainda é possível melhorar - e muito - as capacidades das câmaras que se podem colocar dentro de um smartphone de espessura reduzida.
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