China quer que dados recolhidos na China fiquem no país e o direito a desligar a internet

Numa altura em que tanto criticamos o facto de tanto se tentar insistir em restrições geográficas para os conteúdos, eis que a China parece continuar obcecada pela necessidade de se manter isolada do resto do mundo; e agora revela uma proposta de lei que tem implicações ainda mais preocupantes.

Segundo esta proposta de lei, a China quer precaver-se contra os cada vez mais frequentes cyber-ataques, mas fá-lo de uma forma que se sobrepõe a tudo e todos: exigindo que todos os utilizadores usem a sua identificação real para usarem serviços na internet; que todos os dados que forem recolhidos no país deverão ficar guardados em servidores localizados no país; que qualquer informação para efeitos comerciais só possa ser guardado num servidor fora do país com autorização governamental; e também consolidar o direito de poder desligar a internet se tal for considerado necessário para manter a ordem.

Para além dos problemas de ordem técnica (hoje em dia os dados são muitas vezes replicados por todo o mundo como forma intrínseca dos sistemas de storage e processamento de dados); são propostas que parecem revelar o receio cada vez maior de que os cidadãos chineses queiram o mesmo tipo de liberdade que existe noutros países.

Até quando será possível continuar esta "dança", de sermos todos amigos para o que dá jeito (fabricar produtos em escala e a preços impossíveis de replicar em qualquer outro país do mundo), mas depois no resto, assobia-se para o lado e fecham-se os olhos às condições e restrições que são impostas aos cidadãos chineses? Será admissível que no século XXI existam países que aplicam uma muralha de censura ao resto do mundo?

Ao menos que se decidam... ou querem estar ser elementos de pleno direito neste nosso pequeno globo perdido no espaço cósmico; ou então que se escondam dentro das suas muralhas, fazendo de conta que não existe nada do outro lado.