2015/11/27

Ajuda um pirata checo a reduzir a multa vendo o seu vídeo


Um pirata checo apanhado pelas autoridades teve uma curiosa sentença, em que fica dependente do seu vídeo ser visto 200 mil vezes para se livrar das multas milionárias a que potencialmente estará sujeito.

Jakub F é um pirata que, como muitos outros, pensava que as suas actividades na net seriam consideradas irrelevantes... até ao dia em que viu as autoridades entrarem-lhe e casa e confiscarem todo o seu material. Em Tribunal foi considerado culpado, e enfrentava multas milionárias pedidas pelos detentores dos direitos dos conteúdos que pirateou... mas foi-lhe dada uma alternativa: se fizesse um vídeo anti-pirataria que atingisse as 200 mil visualizações, poderia livrar-se da multa e cumprir apenas a pena.

Sendo um vídeo em checo, não será provável que percebam muito do que lá é dito (embora tenha sempre piada ouvir uma língua que na sua forma escrita contém letras como acentos circunflexos invertidos nos C, Z, e R, e "bolinhas" sobre os U.)

Seja como for, não perdem muito tempo contribuindo com uma visualização, que certamente será muito apreciada por Jakub (embora isso não o livre de cumprir o resto da sentença).


9 comentários:

  1. Já passou as 200k de visualizações, mas o post é interessante na mesma, obrigado.

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  2. Faltou dizer que o juíz pediu que as 200.000 visualizações fossem obtidas em 2 meses. Uma boa prova que não têm a mínima noção do que se passa online. Ele obteve esse resultado em pouco mais de 2 dias (quando lá fui estava em 236k).
    Até um vídeo de gatos tem esses resultados em pouco tempo, os juízes e principalmente essa gentinha das editoras/produtoras não têm noção do que é a realidade online.

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    1. É bom lembrar que é "essa gentinha das editoras/produtoras" que põe dinheiro para que filmes como Star Wars, Capitão América:Guerra Civil ou Batman vs Superman sejam produzidos. Quando essas empresas deixarem de existir teremos que ver filmes de piratas checos pedindo desculpas ou de gatos... 😉

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    2. Claro Gaius, mas se "essa gentinha das editoras/produtoras" sair do buraco de 1998 vão perceber que a típica venda de CD/DVD, encher as rádios com a mesma música over and over e esperar lucros SÓ das salinhas de cinema, morreu.
      Se calhar, digo eu na minha estupidez, se calhar, podiam lucrar mais acompanhando as modas e os tempos.
      Tipicamente vais-me responder com Netflixes e produtos do género, mas eu digo-te já que não é a mesma coisa.
      Pagar mensalidades? e se eu quiser estar 6 meses sem TV? porque raio não há uma plataforma legal onde eu compre o filme X ou Y sem problemas e a preços DECENTES? e mais, que tenha o direito de gravar esse filme em qualquer formato ou suporte para levar comigo para a conchichina ou até em VHS para tirar o pó ao leitor.

      Quando essas empresas deixarem de existir metade do problema resolve-se, outras virão, esperemos que com ideias melhores para agradar à nova geração e aos bolsos deles.

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    3. É verdade YaBa, as empresas têm que mudar essa mentalidade antiquada, mas ha que diferenciar entre empresas da área musical, vídeo e jogos.
      Na música não há justificativas para que empresas mastodonticas continuem a monopolizar o mercado. Elas serão substituídas por empresas menores, algumas de propriedade dos próprios artistas e as que tiverem uma mentalidade mais condizente com a realidade digital terão lucros, menores é verdade, mas terão.
      Na área de vídeo a situação é muito diferente. É verdade que há filmes excelentes que custam pouco a produzir, vide alguns de Steven Soderbergh ou Woody Allen, mas há super produções como as que citei acima, que exigem muito dinheiro para serem feitas e precisam de lucro para se pagarem. O problema da maioria dos ativistas da pirataria hoje em dia é que não entendem uma simples lição: não existem almoços grátis. Um filme que custa 200 milhões de dólares não se paga com publicidade em sites ou com doações de 1 euro. Se não houver retorno deixarão de existir filmes assim, tão simples quanto isso. Passaremos a ver apenas películas com efeitos toscos e atuações medíocres que custam pouco a produzir e se pagam pelos meio que os piratas preconizam. A ironia é que os filmes mais pirateados simplesmente deixarão de existir por causa de sua popularidade. O privilégio de ver um Daniel Day Lewis, Al Pacino ou Robert Downey Jr. será dos poucos que poderão vê-los em tetros em Nova York ou Londres e passaremos a ver mais películas como Actividade Paranormal, Sharknardo ou Cloverfield.
      O mercado de jogos é um meio termo entre os dois anteriores, pois ao mesmo tempo que existem jogos AAA que custam balúrdios, existem jogos independentes que conseguem oferecer por vezes o mesmo nível de diversão por um custo inferior. Há também as lojas online como a Steam que permitem não só preços mais em conta, mas também promoções muito aliciantes. Talvez seja o sector de entretenimento melhor preparado para essa nova realidade do mercado.
      Mas não nos enganemos, as empresas não vão produzir conteúdos apenas para serem pirateados. Se um dia o lucro acabar, deixarão de existir filmes, músicas ou jogos a serem pirateados.

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    4. Olha que o panorama do cinema independente é bem mais aproximado daquele que referes dos jogos (embora seja algo que passa ao lado da maior parte do público precisamente pelo sistema estar dominado pela "indústria" - bastará perguntar quantas vezes tem acesso a estes filmes independentes nos cinemas "multiplexes" por cá... e por todo o lado.)

      Mas sim, são temas interessantes. Para se fazer algo há que ser sustentável, e encontrar a forma de o fazer numa era que se encare a partilha com naturalidade e aceitação, será o grande desafio.

      (Dito isto há também que relembrar que até por cá se estouram "milhões" a apoiar cinema... que depois não é visto nem apreciado pela maioria do público nos ditos "filmes de autor"...)

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    5. @Gaius, ok dou-te razão no ponto em que coloquei tudo no mesmo saco. De qualquer forma, na área de vídeo também é possível, as pessoas vão continuar a ir ao cinema, nem toda a gente tem a mesma facilidade que nós para encontrar na net filmes e séries. Aliás, muitas pessoas (eu incluído) vai ao cinema pela experiência, não só pelo filme, ver numa TV de 40" e ver num ecrã de cinema é completamente diferente, concordas?
      Ou seja, na prática continuavam a lucrar com o cinema, e se baixassem ligeiramente o preço talvez mais pessoas fossem, ou pelo menos, com mais frequência. Há que adaptar os preços à economia actual. Interessa um cinema ter preços exorbitantes e depois as salas estarem vazias?
      Depois há a questão da facilidade de acesso que referi. Sai um filme, ok, diga-se, sei lá, um ou dois meses antes de sair noutro formato? não é suficiente?? E aqueles que não têm salas de cinema nos arredores? Porque não podem ter acesso ao mesmo filme online ou noutro formato?
      Na área dos jogos, não posso comentar grande coisa porque sinceramente não uso, mas a ideia do Steam é interessante. Os únicos que comprei eram produções indie (Minecraft por exemplo) e pelo valor na altura (20 Eur), foi uma compra "instantânea" para contribuir para algo que achei interessante e sabia que ia directamente para o autor (Mojang) e não para uma editora qualquer de treta que depois só iria pagar uma pequena percentagem ao autor.

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  3. Esse tipo de sentença para além de insólito é ridícula!

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