2017/02/19
UE rejeita taxa sobre robots
Numa altura em que muito se discute que tipo de futuro se deseja para a sociedade, se assumirmos que os robots continuarão a roubar cada vez mais postos de trabalho, a UE começa desde já por rejeitar a ideia de que se deverá aplicar uma "taxa sobre os robots" que tem sido proposta por alguns... incluindo Bill Gates.
A ideia de Bill Gates de taxar os robots sem dúvida que poderá parecer altruísta e interessante, mas por outro lado há quem relembre que também o software desenvolvido pela Microsoft terá permitido reduzir milhões de postos de trabalho pelo mundo, e que pela mesma lógica também se deveria ter tido instituído uma "taxa sobre o software produtivo".
Pelo menos por agora o assunto nem sequer terá muito espaço para ser discutido, pois a UE rejeitou a ideia de tal taxa sobre os robots - e sinceramente, parece-me que será a opção mais acertada, pois embora me pareça certo que se deva caminha para um sistema sustentável que permita a criação de um "rendimento mínimo" para todos os cidadãos, isso deverá ser feito à custa de todas as empresas e não expressamente sobre as que utilizarem robots ou não.
A palavra-chave que interessa é mesmo o "sustentável", pois de nada nos servirá entrar em ideias mirabolantes que não se possam manter. E é preciso ter em conta que de nada serve ter um planeta preenchido com fábricas cheias de robots e sem necessidade de trabalhadores humanos, se depois não tivermos pessoas com rendimentos que possam comprar os produtos aí produzidos. Como sempre, será necessário um equilíbrio... e relembrar que até os multibilionários caminham para velhos, e que em vez de se preocuparem tanto com os biliões que terão futuro incerto na mão dos seus herdeiros, talvez pudessem focar-se mais em fazer com que o planeta que deixam ficar para as gerações futuras seja um pouco melhor, para todos, do que aquele que lhes tinha sido deixado.
(E mesmo para quem não seja milionário ou bilionário... também convém que façam a sua pequena parte, sempre que seja possível, da forma que for possível.)
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ResponderEliminarO rendimento mínimo, de que se tem estado a falar, designadamente na Finlândia poderá vir a substituir o subsídio de desemprego. Começou em janeiro, a título experimental, com 2000 desempregados. É de €560 mensais (suponho que seja menor que o subsídio de desemprego), mas tem a particularidade de se manter no caso de as pessoas arranjarem empregos a tempo parcial e biscates. A ideia é que os desempregados têm receio de aceitar um emprego com poucas garantias ou mal remunerado - perdendo o subsídio de desemprego. Assim, mantendo-se esse rendimento mínimo, arriscariam mais e um maior número conseguirá emprego, pelo menos a ideia é essa. Quanto a mim, incentivará patrões a pagar ainda menos, porque parte do salário será paga pelo Estado.
Há também outras experiências (link), designadamente rendimento mínimo para famílias pobres, com uma parte dependente (ou não) da realização de trabalho comunitário.
O "rendimento mínimo para todos os cidadãos" dá a ideia que uma verba paga a toda a gente, precise ou não de apoios sociais. É para cidadãos desempregados ou com empregos/biscates mal remunerados e famílias carenciadas.
https://www.theguardian.com/world/2017/jan/03/finland-trials-basic-income-for-unemployed
A respeito do último parágrafo lembro que a Fundação Bill e Melinda Gates é a maior instituição filantrópica do mundo, com mais de 40 mil milhões de euros de recursos investidos em pesquisas médicas e apoios aos mais cadenciados, nomeadamente em África. Às 3 filhas os Gates deixaram "apenas" 100 milhões de dólares para cada. Muito dinheiro para qualquer um de nós, mas menos de 1% da fortuna do casal.
ResponderEliminarPelo menos não já porque isso iria desincentivar as empresas a investirem em robôs. Mas depois de a maioria já terem adoptado o trabalho robotico ai sim taxa-las mas só a essas porque as outras ficarão em tal desvantagem que ou aderem ou morrem! E é preciso perceber que essa tecnologia irá exigir investimentos demasiados grandes que só algumas das grandes empresas conseguirão pagar e isso irá condenar a maioria das empresas, por isso prevê-se que o numero de empresas no futuro seja muito reduzido e será demasiado caro e quase impossível abrir uma nova empresa...
ResponderEliminarQuando se pensa em robots associam-se muitas vezes a grandes máquinas automatizadas de linhas de produção de automóveis.
ResponderEliminarOntem fui a uma farmácia que tem um robot (não se vê) para ir buscar os medicamentos às prateleiras e fazê-los cair de uma abertura. Não me pareceu que fizesse diminuir o número de empregados. Há casos em que a rotização fará perder empregos, noutros casos apenas racionaliza o trabalho repetitivo e inútil. Já se anda a automatizar há décadas, envolvendo robots ou não. Não vejo qual possa ser o critério para taxar os robots. Será: antes as ações que efectua era realizadas por humanos, por isso tem que pagar um imposto, para contribuir para o "rendimento mínimo garantido a todos os cidadãos"? E as restantes formas de automatização? Acabe-se com os semáforos e voltem os polícias sinaleiros :)
Sim, "já se anda a automatizar há décadas" e quando acabarem de automatizar tudo achas que ainda vão existir empregos ??? Quando fores á farmácia e fores atendido por uma máquina, ou ao supermercado e as tuas compras forem pagas automaticamente ao passares pela caixa, ou quando não precisares de ir ao medico por puderes fazer isso pela internet ou ser visto por um médico robô, ou quando os carros autónomos forem os únicos a circular por ai, etc., etc. ... e se estás atento deves saber que tudo isso será uma realidade em breve!
Eliminar"Taxar os robots" é outra forma de dizer "taxar o capital". Os impostos recaem sobre o capital e sobre o trabalho (humano). Como o trabalho começa a surgir desvalorizado para largas faixas da população (e de forma crescente), a única maneira de equilibrar as coisas será aumentar a tributação sobre o capital e re-distribuir essa tributação.
ResponderEliminarA grande automatização da industria foi nos anos 80 e não me parece que exista algo de negativo nisso , os produtos tecnológicos ficaram mais acessiveis a todos e por seguinte mais postos de trabalho também , os robots não podem substituír os seres humanos em todas as areas porque se for tudo robotizado se calhar nem iremos pagar por esses serviços nem os produtos porque as pessoas não terão rendimentos para os comprar . As empresas vão vender a quem e o quê se a sociedade não tiver dinheiro ?
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