2017/09/13
Conclusões do acidente da Tesla com vítima mortal
Mais de um ano após o primeiro acidente com vítima mortal de um Tesla em modo de condução autónomo, a National Transportation Safety Board norte-americana apresenta as suas conclusões.
Como é habitual em quase todos os acidentes, a investigação não apresentou uma causa única mas sim um conjunto de factores que levaram ao desfecho trágico que vitimou o condutor (que ia a ver vídeos). Coisas como o erro do condutor do camião que atravessou a estrada quando devia ter cedido a passagem, e a confiança exagerada do condutor do Tesla no sistema de condução autónoma, que não deveria dispensar a atenção permanente do mesmo.
O condutor do Tesla, semanas antes, tinha escapado a um acidente salvaguardado pelos sistemas automáticos do seu automóvel, pelo que já seria habitual ter uma certa confiança no veículo. Os registos do mesmo mostram que nos 40 minutos que precederam o acidente o condutor teve apenas uma interacção mínima com o volante, reagindo apenas aos pedidos visuais e sonoros que o carro ia fazendo para chamar a sua atenção.
É certo que os sistemas do Tesla, quer de visão quer de radar, falharam ao não detectarem um camião atravessado na estrada (por mais uma infeliz coincidência de factores, como a cor do atrelado, a luminosidade do céu, e a sua altura ao solo iludir o radar), mas a verdade é que para além do sistema não dispensar a atenção permanente do condutor, a sua utilização deveria ser limitada a vias rápidas e auto-estradas, onde a questão de veículos a cruzarem a estrada não se colocaria.
Seja como for, é um infeliz lembrete de que os sistemas de condução autónoma não podem limitar-se a fazer passar a ideia de que são seguros se não puderem garantir a 100% que não irão falhar... ao contrário de um bug de software num computador, em que o pior que pode acontecer é um crash que obrigue a reiniciar o sistema e ficar irritado com o trabalho perdido, qualquer falha num destes sistemas pode ter consequências fatais, quer para os ocupantes quer para outras pessoas.
Dito isto, é inegável que estes sistemas aumentam a segurança e reduzem os acidentes... mas pelo menos por agora, é aconselhável desconfiar um pouco da sua fiabilidade, especialmente quando estão vidas em jogo.
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