2017/09/22
UE escondeu estudo que revela que downloads ilegais não afectam as vendas
Os nossos supostos governantes na UE vão ter que explicar porque motivo suprimiram um estudo que eles próprios encomendaram, e que concluiu que os downloads ilegais não têm impacto negativo nas vendas - e que até as promovem, no caso de certos conteúdos.
O estudo, que custou 370 mil euros(!) foi encomendado em 2014 e as conclusões do mesmo foram entregues em Maio de 2015 à Comissão Europeia. Mas estranhamente, em vez do estudo (pago com dinheiros públicos) ser publicado, foi mantido em segredo. Só mais recente, Julia Reda do Partido Pirata, teve curiosidade em saber porque motivo os resultados do estudo não tinham sido revelados, e fez um pedido para os obter. Um pedido que se veio a tornar numa experiência surreal, e que veio culminar com a publicação "voluntária" do estudo - com a CE a dizer que era o que já planeava fazer e que nada teve a ver com o pedido feito (errr.... pois... é isso mesmo...)
O estudo, que analisa 30000 pessoas na Alemanha, França, Polónia, Espanha, Suécia e Reino Unido, refere que, em 2014, cerca de 51% dos adultos e 72% dos jovens fazia downloads ou streaming ilegais. Mas, mais interessante, é que o estudo não conseguiu demonstrar que estes downloads e streams tivessem qualquer impacto negativo nas vendas de uma forma global. O único caso em que foi detectada uma correlação foi no caso de filmes recentes, em que o recurso à pirataria era acompanhado por uma redução nas vendas (se calhar também influenciado pelo facto dos filmes recentes muitas vezes nem sequer estarem disponíveis para serem comprados); mas por outro lado, também se tem o caso dos jogos de computador, em que o estudo concluiu que a pirataria promovia a compra de mais jogos legais.
Outra conclusão curiosa, que não será novidade para qualquer pessoas "normal" (mas que certas entidades continuam a não querer ver) é a velha questão do preço. Nos filmes e séries a grande maioria das pessoas que faz downloads ou streaming considera que esses conteúdos têm preços exagerados, que as leva a recorrer às fontes alternativas; mas no caso de jogos, música e livros, os preços eram considerados "justos", pelo que haveria mais pessoas dispostas a comprá-los pela via legal.
É triste ver que as mais altas instâncias europeias tenham escondido os resultados deste estudo que contraria completamente os argumentos que eles utilizam para tentarem justificar leis abusivas - e o facto de o fazerem de forma consciente e não por desconhecimento torna o caso bastante mais grave. Aliás, há até a questão de uma publicação académica de alguns membros da Comissão Europeia terem citado os resultados destes estudo referente à "excepção" dos filmes recentes, mas convenientemente esquecendo-se de referir a conclusão global de que os downloads não têm impacto mensurável nas vendas de conteúdos legais, ou que até as promovem, no caso de alguns conteúdos. Ou seja... o estudo era de facto conhecido... mas estava a ser utilizado apenas com os excertos que "interessavam".
Nem tenho palavras para descrever o quão vergonhoso tudo isto é... E que só se fica a saber por causa de umas poucas vozes solitárias, que não têm descansado para trazer estes (e outros) assuntos a público.
... Algo a ter em conta da próxima vez que houver eleições e todos puderem fazer valer a sua pequena contribuição para escolher quem lá se coloca...
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Euromoviesgate.
ResponderEliminarUma coisa que sempre deu-me imenso gozo foi o facto deles colocarem multas exurbitantes aos apanhados com downloads ilegais, torrents, servidores, etc etc, mas esse dinheiro nao vai para os que tiveram o seu conteudo sacado ilegalmente, mas sim para o estado, isso tambem nao pode ser considerado roubo ou nao? ;)
ResponderEliminarFilosofia à là WinRAR...
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