Muitas empresas têm depositado grandes esperanças no VR e na Realidade Aumentada, mas será que se trata apenas da repetição do que aconteceu com o "3D"?
A Meta tem apostado tudo no VR, esperando que o seu Metaverse se torne nos alicerces de uma nova era VR. A Apple tem trabalhado nos seus super-secretos óculos VR, com os quais também espera dar o salto para a era pós-iPhone. Mas, o futuro da tecnologia VR e da realidade aumentada não está assim tão assegurado, e basta olhar para o exemplo da Magic Leap, que passou anos a prometer uma revolução que nunca se veio a concretizar (entretanto passou para controlo do dinheiro das Arábias).
Em 2022 a venda de óculos VR caiu 12%. o que já não será um bom prenúncio. E também a ensombrar o horizonte temos outras notícias como a saída de John Carmack da Meta, desabafando que a empresa é profundamente ineficiente a desenvolver a sua suposta plataforma VR (e não fazendo melhor no campo do hardware). Relembre-se que a realidade virtual era uma paixão de Carmack, que em 2013 o fez abandonar a id Software para se juntar à Oculus (antes de vir a ser comprada pela Meta).
Ninguém tem dúvidas do imenso potencial do VR e da realidade aumentada, mas é necessária uma sinergia que combine o hardware ideal, com o software funcional, com um preço aceitável. Até que tal aconteça, qualquer tentativa de "impingir" o VR só por ser VR torna-se algo que me faz lembrar os tempos em que os fabricantes de televisores (e não só) nos tentavam impingir o 3D como sendo algo imprescindível e sem o qual nem conseguiríamos viver. Era até difícil encontrar-se um televisor sem 3D, que dispensasse a oferta de uns poucos práticos óculos 3D.
Não estou a imaginar que a maioria da população esteja disposta a andar com óculos VR enfiados na cabeça da mesma forma que anda com os smartphones na mão enquanto caminham pela rua. É algo que poderá mudar se surgirem óculos de realidade aumentada mais discretos e funcionais (que quase possam ser equiparados à utilização de óculos escuros); mas que por agora ainda nenhuma empresa foi capaz de conseguir concretizar. Talvez a Apple o consiga fazer, talvez não, e os seus supostos óculos se tornem no próximo produto a ser anunciado e prontamente apagado da sua memória - ao estilo do famoso carregador AirPower.
O que é certo é que depois de tantos anos de rumores e adiamentos, é melhor que realmente mostrem algo de concreto em 2023. Na melhor das hipóteses marcam o início de uma nova era, ao estilo do que foi feito com o iPhone; no pior dos casos, ficamos com mais um pedaço de tecnologia para juntar aos arquivos ao lado dos televisores 3D.
2022/12/29
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