2008/01/21

A confusão dos bitrates HD

Quando até "profissionais" atiram coisas destas para o ar, vê-se bem a confusão que anda por aí.

Em primeiro lugar, não se podem comparar bit rates de codecs diferentes, tal como o Mpeg2 usado nos DVDs "antigos" (e ainda usado nalguns filmes de alta definição) com o muito mais eficiente Mpeg4 h264 que é cerca de 3 a 4x mais eficiente.

Já alguns profissionais a sério tinham avisado anteriormente que o facto da Sony ter introduzido um "bitrate meter" nos seus leitores, com gráficos tipo "conta-rotações" a mostrar o bitrate ia dar nestas coisas.

A questáo é: que vos interessa ter um gráfico que diz que o vosso filme, numa certa cena tem um bitrate de 10Mbits, se o mesmo poderia ser codificado a 1Mbit com a mesma qualidade?
Obviamente que cenas haverá, onde 10, ou 100, ou 500Mbits seriam necessários - mas é só para demonstrar que "mais" não implica obrigatoriamente que é melhor.

Há uns meses atrás assisti a uma situação curiosa, onde a conversa entre vários entusiastas a falar sobre a compressão de um filme que era particularmente "escuro" deu lugar a uma verdadeira guerra.
Diz a "regra" da etiqueta que um filme deve ser comprimido de forma a aproveitar da melhor forma o espaço disponível, que no caso eram os 4.4GB de um DVD5.
Ora, alguém tinha comprimido o filme de forma a que enchia perfeitamente um DVD, até aí nada de mal.
No entanto, outra pessoa - considerada como sendo das que tem mais conhecimentos, e que prima pela qualidade com que faz as coisas - comprimiu o filme para 3.5GB.
Defendia ele que, era completamente estúpido estar a gastar mais espaço naquilo, se o resultado de ambos era absolutamente indistinguível!
Comparações feitas "à lupa" de capturas feitas em inúmeras cenas (incluindo cenas movimentadas,) provaram que ele estava correcto.

É por isso que digo que, não vão em cantigas de "números". Tal com há DVDs com encodes excelentes, e outros que parecem VHS, também no HD temos encodes fabulosos com baixos bitrates e outros "fedorentos" a ocupar 50GB.
A diferença está no que se vê - deixem ser os vossos olhos a dizer se aprovam ou não.

2 comentários:

  1. Bem falado. BEM FALADO!!!

    Não esquecer, no caso de a bitola ser o que se vê, o factor onde se vê. É que actualmente "televisores" têm já tantas capacidades de melhoramento que deverá influenciar imenso essa afirmação, não?
    Não poderá acontecer de o mesmo filme com um codec pouco eficiente dar tão bem como o mais eficiente, só a julgar pelo que se vê na televisão?
    O problema do HD não tem sido esse?

    A malta anda a ver só resolução standard e ainda julga que um DVD normal é a excelência. E depois questionam para quê ter em HD se já vêm tão bem o que gostam...

    ResponderEliminar
  2. Sim, e para piorar as coisa, se o salto dos "VHS" para os DVDs foi claramente visivel, de DVD para HD, embora "perceptivel", já não é tao impressionante.

    ISto é, impressiona - mas se deixares alguem a ver um bom DVD durante um dia, no dia seguinte a percepcao que tem da "comparacao" é que o HD nao era assim tao diferente.
    (O raio do cérebro contenta-se com qq coisa minimamente decente! :)

    Mas tambem fazes bem em mencionar o processamento feito pelas proprias TVs (e leitores DVD/HD) que muitas das vezes influenciam grandemente o resultado - veja-se o caso dos recentes LCDs a 120Hz, que fazem interpolacoes entre as frames, e que cada vez mais serao a norma.

    Entretanto, vamos gramando com TV analógica, em 4:3, para dar uso ao Full HD! :)

    ResponderEliminar