2011/09/21

Scootzz - Mobilidade Ecológica Made in Portugal

Não é todos os dias que vemos nascer um projecto que pretende revolucionar a mobilidade e lançar um veículo eléctrico - e ainda por cima nascido aqui bem perto de mim, na cidade Invicta.

Apresento-vos a Scootzz, uma empresa ainda "recém-nascida" mas que acedeu responder a algumas perguntas e falar-nos um pouco mais sobre os seus objectivos.







O que é a Scootzz?

A Scootzz, Lda. é uma startup que pretende desenvolver, fabricar e comercializar soluções de mobilidade eco-eficientes. Tem como primeira aposta um produto com o mesmo nome.

A Scootzz é um veículo eléctrico de duas rodas altamente eficiente e destinado a satisfazer as necessidades da mobilidade urbana, com uma característica ímpar: a personalização exterior, assente numa componente social de design colaborativo. Além disso tem uma base tecnológica muito evoluída, com uma ênfase muito importante na segurança, baixo custo de operação, durabilidade e facilidade de utilização.


Como nasceu o projecto Scootzz?

Na sua génese a Scootzz é uma ideia original do Tiago Barbosa (Eng.º Mecânico), sensivelmente com dois anos de maturidade. Em Janeiro de 2011 tornou-se no projecto de mestrado (Mestrado em Inovação e
Empreendedorismo Tecnológico) de mais 4 elementos: Alexandre Sousa (Eng.º Electrotécnico), Paulo Correia (Economista), Paulo Silva (Ciências da Computação) e Pedro Oliveira (Marketing e Publicidade), aos quais o Tiago propôs trabalhar e desenvolver a ideia.

Em Abril último transformou-se na sociedade, Scootzz Lda, que até então já arrecadou o segundo prémio nos concursos iUP25k (Concurso de ideias de negócio da Universidade do Porto) e NETT - Novas Empresas Tecnológicas Têxteis, promovido pelo CITEVE e TECTIRSO.


Qual o vosso objectivo?


No âmbito geral temos como objectivo pensar um veículo eléctrico de raiz, bem como o seu processo de fabrico, componentes e tecnologias a empregar para controlo e automação, conseguindo desta forma um veículo que utiliza menos componentes e materiais mais duradouros e simples de reciclar.

Num segundo momento queremos investir nas redes sociais para criar um movimento muito particular em torno da Scootzz, explorando uma componente de moda, assente na personalização e autopromoção de quem tem e usa uma Scootzz. Desta forma pretendemos acompanhar de perto os utilizadores destes veículos ajudando-os no processo de transição dos veículos tradicionais, para o paradigma eléctrico.


Quais as diferenças face ao que já existe?

No geral, os veículos deste tipo actualmente em comercialização resultam da adaptação dos tradicionais com motor de combustão. Embora se digam ecológicos, continuam a empregar o mesmo processo de fabrico bem como a utilização de plásticos e tintas; sendo os mais comuns oriundas da China e países Asiáticos sem representação oficial no nosso país.

Há também casos de particulares que se aventuram no desenvolvimento de componentes para as suas motas, por sua conta e risco, com o objectivo de melhor a experiência de utilização.

A Scootzz pretende receber desde cedo o feedback dos possíveis utilizadores, para conceber e construir o veículo de acordo com o que é desejado pela comunidade, empregando componentes criteriosamente seleccionados e acompanhando de perto a experiência de utilização.

Para além disso, os nossos clientes poderão contar sempre com a nossa presença física no país, estando sempre disponíveis para os ajudar em qualquer situação.


Será então um veículo à medida de cada condutor?

A questão da personalização é ímpar. Estamos a tentar mudar a forma como encaramos o veículos que nos leva de casa para o trabalho e ao fim do dia no sentido inverso. Queremos torná-lo também num “veículo de comunicação” através do qual quem o conduz pode expressar o seu estado de espírito.
Digamos que se tornará numa expansão física e móvel dos estados que habitualmente colocamos no Facebook ou Twitter.


Quais as dificuldades que encontraram?

Felizmente, tivemos algumas facilidades. Desde logo o Mestrado que nos permitiu trabalhar a ideia e a forma como ela deve ser apresentada, assim como esclarecemos todas as dúvidas sobre a constituição da empresa ao nível júridico.

Decidimos apostar nos concursos de empreendedorismo para reunir a verba necessária para a construção de um protótipo, e embora os prémios não se tenham traduzido em euros, acabaram por se traduzir em oportunidades e contactos.

Como resultado do iUP25k estamos incubados no UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto. Do NETT esperamos vir a celebrar uma parceria com o CITEVE afim de colocar o know-how desta entidade ao serviço do projecto Scootzz. Vimos ainda, recentemente aprovada a candidatura ao QREN - Sistema de Incentivo à Inovação que será sem dúvida uma grande ajuda a todos os níveis.

Obviamente, continuamos interessados em contactar - e ser contactados por - entidades que se possam rever no projecto e estar interessadas em associar-se ao mesmo.


Qual o plano para o futuro?

No curto prazo queremos identificar alguém que queira embarcar nesta aventura connosco. Queremos validar funcionalmente algumas questões e com isso trazer investimento externo para o projecto.

Se tudo correr como planeado no final deste ano teremos o primeiro exemplar a andar. Um veículo a sério, pensado a sério, desde o marketing, passando pelo processo de produção, e acabando na manutenção e assistência pós venda. Um marco importante com o qual esperamos conseguir reforços para o projecto.
No segundo semestre de 2012, prevemos que seja já possível iniciar a produção de pequenas séries.


Um veículo Português apenas para Portugal?

Embora queiramos manter o fabrico em Portugal e desafiar os fabricantes nacionais a equipar a Scootzz com os seus componentes, está prevista a exportação dos veículos para mercados mais significativos como a Espanha, Itália, Alemanha, Reino Unido e França, tirando partido da homologação europeia que é comum a todos os países da Comunidade Europeia.

Queremos ajudar Portugal a ser uma referência na mobilidade eléctrica, fazendo a ponte entre os produtores de energia e os sistemas de carregamento por um lado, e os fabricantes de componentes e os utilizadores finais por outro. Somos o “missing link” :-)



O meu obrigado à Scootzz, e... espero que em breve possamos ver muitas Scootzz a circular pelas nossas estradas. Para já, ficamos aguardar para ver o primeiro modelo funcional, que esperamos poder mostrar-vos aqui em primeira mão!

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