A questão do tracking dos locais por onde andamos - que tanto é feito de forma pública, usando serviços como o FourSquare, ou apenas de modo mais privado com serviços como o Google Latitude, ou o Find my Friends da Apple - já é tema que vai dando para "arrepiar" os apologistas da privacidade; mas... torna-se ainda mais preocupante quando começamos a pensar nas possibilidades que este conjunto de dados permite.
É que, como se não bastasse preocuparmo-nos com quem terá acesso ao histórico dos dados por onde andamos, ou o local onde estamos neste preciso momento... que dizer de um sistema que consegue prever com grande exactidão onde iremos estar no futuro?
Não se trata de ficção científica, mas de um sistema real que já foi testado com algumas dezenas de participantes voluntários. Usando este algortimo, que tem por base o histórico da vossa localização, e também a dos vossos amigos, foi possível prever com um erro de apenas 20 metros, o local onde uma pessoa iria estar 24h depois. (Sem os dados do grupo de amigos, a precisão baixava para os 1000m, mas mesmo assim seria mais que suficiente para "preocupar".)
Portanto... se agora muitas pessoas estão chocadas pelo que é possível fazer-se com o tracking dos "cookies" nos sites que visitam na internet... deixem só que isto se comece a aplicar aos dados de posicionamento por onde andamos. E imaginem só o quanto um estado totalitário esfregaria as mãos de contente ao ter acesso a todo este tipo de dados, que - como já vimos no outro dia - está facilmente ao dispôr dos operadores de telecomunicações.
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