Demorou, mas finalmente tive oportunidade de experimentar ao vivo o multifacetado Asus Padfone, o smartphone que leva as capacidades transformistas que já conhecemos nos tablets Transformer a outro nível, ao ser um smartphone que se pode transformar em tablet, que se pode transformar em netbook!
Um conceito que na teoria parece concretizar aquilo que muitos desejariam (sem chatices de sincronizações de dados entre vários equipamentos, múltiplos planos de dados, etc)... mas que falta ver como é que se comporta na prática. E é precisamente isso que vamos ver já de seguida.
O Padfone
Uma vez que as características não se alteraram, reciclo o que já tinha dito por altura da chegada do Padfone ao nosso país:
Sozinho, o PadFone é um smartphone equipado com Android 4.0 Ice Cream Sandwich e um ecrã SuperAMOLED de 4.3" qHD, Snapdragon S4 dual-core a 1.5GHz, 1GB de Ram, câmara de 8MP, etc. - mas que quando ligado à PadFone Station, se transforma num tablet Android ICS de 10,1" com autonomia até 63 horas (em conversação). Para tirar partido desta capacidade de transformação, a Asus desenvolveu sistemas como o DynamicDisplay que permite fazer a transição entre a diferentes resoluções dos ecrãs do PadFone (960x540) e PadFone Station (1280x800).
A nível de qualidade de construção, estamos perante um smartphone que mostra aquilo que vale, e com uma tampa traseira com uma textura de circulos concêntricos que irradiam da câmara. Quando visto de frente, até poderá passar por um iPhone (o que será positivo para quem for fã das linhas do iPhone 4/4S... e negativo para quem não gostar.) A espessura do Padfone não é exagerada, e torna-se ainda menos notória já que se vai tornando mais fino da parte superior para a inferior.
O Tablet
Claro que a parte fulcral deste Padfone não é o smartphone em si, mas sim o "acessório" a ele associado e que lhe permite fazer crescer o ecrã sempre que desejarem: o tablet.
Este tablet tem a particularidade de vir equipado com uma baía onde podemos encaixar o Padfone, e assim - para todos os efeitos - expandir o ecrã de 4.3" do smartphone para um ecrã de 10.1" de um tablet. Até que inventem ecrãs "esticáveis", esta será uma das poucas formas de o fazer. Para além disso, passamos a ter também acesso à bateria do tablet, que permite utilizá-lo sem preocupações de "derreter" o Padfone. Pelo contrário... o Padfone pode usar a bateria do tablet para se recarregar, e assim durar... e durar... e durar.
A nível do encaixe e desencaixe do Padfone no tablet, não há grandes dificuldades, e será coisa que rapidamente se conseguirá fazer "sem pensar nisso". Há apenas que ter atenção para não abrir a tampa em ângulo excessivo (a Asus tem lá bem explicado para não o fazer), mas parece-me que poderia ter sido alvo de mais atenção e ter um qualquer sistema mecânico robusto para evitar "estragos".
No entanto, não esperem um tablet com a leveza ou espessura ínfima de um Transformer Prime... aqui estamos perante um "senhor Tablet", bem pesado e volumoso, a que se adiciona o ressalto da baía de encaixe do Padfone (que tem uns furos para permitir o uso da câmara e do flash).
Nota: por falar em câmara, não tive oportunidade de captar as habituais sequências de vídeo e fotos para comparação, mas pelos testes rápidos que fiz, comporta-se dentro do que seria esperado para um equipamento deste tipo, mas sem estarem ao nível de um Galaxy S3, por exemplo.
A "Caneta"
Por esta altura poderão estar a interrogar-se... mas sendo um telemóvel, como é que a Asus resolveu o "pormenor" de se poder receber uma chamada quando temos o Padfone encaixado no tablet? Será que esperam que encoste o tablet à cabeça?
Não. A solução da Asus foi bem mais elegante: com uma caneta bluetooth que para além de servir de caneta para utilizar com o tablet (ou com o Padfone, se quiserem), integra também um microfone para que possam fazer e atender chamadas a qualquer momento.
O Teclado
E como não há duas sem três, não se poderia esperar um Padfone transformável em tablet sem que também o tablet se pudesse transformar em notebok, encaixando-se um teclado, tal como acontece com a família transformer. O teclado é idêntico aos Transformer, e conta com ainda outra bateria adicional, que estica ainda mais a autonomia de todo conjunto (a ASUS tem um widget que mostra a carga em todos os equipamentos, e onde podemos ver a energia a fluir e a recarregar os equipamentos em sucessão: teclado->tablet->Padfone).
Uma vez mais, se o tablet já acusava o peso... quando ligado ao teclado, torna-se ainda mais volumoso e pesado (não será aconselhável colocarem um Transformer Prime ou TF300 ao lado....)
Outro ponto que seria merecedor de atenção é que ao abrir o sistema neste modo, torna-se bastante frequente mexerem no botão que abre a tampa do padfone no tablet, e que se poderá pensar ser o botão do abertura do "portátil" (que não existe). Mas, imagino que seja algo que um comprador rapidamente interiorize ao fim de uns dias de utilização e habituação.
Em Funcionamento
Quando se liga o Padfone, não seria necessário olhar para as especificações para percebemos que estamos perante um smartphone super-rápido. Equipado com um S4 dual-core a 1.5Ghz, essas prestações podem ser confirmadas por qualquer app de benchmarks, que o colocam acima do HTC One X, mas são melhor notadas pela simples utilização no "dia a dia".
O facto da Asus deixar o sistema Android quase intocado - excepto as necessárias alterações para suportar o modo multi-transformista do equipamento - faz também com que não existam interfaces consumidores de recursos que noutras marcas fazem com que a experiência de utilização dos Android tenha o tão indesejado "lag". E se ele já se mexe bem assim, faz-nos imaginar como este Padfone com Android 4.1 poderá ser...
Quando em modo tablet, a coisa fica ligeiramente mais lenta, mas ainda assim perfeitamente aceitável para uso intensivo sem grandes atrasos. A Asus implementou um sistema que permite que as Apps sejam automaticamente redimensionadas para o ecrã de dimensão superior, mas que nesta altura ainda tinha um comportamento algo errático: algumas Apps faziam o que era suposto, outras nem por isso, sendo necessário voltar a executá-las.
Apreciação final
Que concluir então deste hiper-versátil Padfone? Ora... isso é que será mais complicado, pois dependerá bastante das necessidades específicas de cada um. O conceito em si é verdadeiramente interessante e válido, e logo à partida recolhe o interesse (ou curiosidade) de grande número de pessoas - eu incluído.
A ideia de poder ter um smartphone que podemos carregar no bolso, ou usar como tablet ou netbook quando necessário, é bastante atractiva. Mas... há também outros aspectos que não se podem ignorar. Para começar, o preço de 700€. Um preço que inclui o Padfone + Padstation (tablet) mas que depois necessitará de um investimento adicional de 150€. Considerando o que podemos ter excelentes smartphones por valores na casa dos 400-500€, a nível de preço dá para comprar um smartphone e um tablet/transformer. Claro que se perde a versatilidade de ter um único equipamento como cérebro, mas ganha-se a versatilidade de poder usar os dois em simultaneo caso seja necessário.
Para além disso, caso as coisas corram mal (por exemplo em caso de avaria do smartphone, ou roubo), estamos sujeitos a ficar com um "tablet" que apenas servirá como pisa-papeis, a não ser que se compre um novo Padfone.
São considerações que cada um terá que fazer e analisar cuidadosamente para determinar se realmente esta será a melhor solução para si.
Por último, temos também um factor que se torna particularmente dissuasor quanto a este Padfone... pois a Asus tem marcada a apresentação do novo Padfone 2 para 16 de Outubro. Algo a que logicamente niguém ficará indiferente.
Devido a esta conjugação de factores torna-se bastante díficil poder recomendar este Padfone, e por isso ele sai daqui com uma pontuação mediada - que não se deve à qualidade do hardware ou ao conceito, que mereceriam uma melhor pontuação, mas sim devido ao momento em que nos encontramos.
Asus Padfone
Prós
- Conceito inovador
- Desempenho do Padfone
- Autonomia
Contras
- Alguns "soluços" em modo tablet (Android 4.1 resolveria?)
- Peso exagerado do conjunto completo
- Novo Padfone 2 com apresentação marcada para 16 de Outubro
- Preço
Galeria de Imagens
foi a apple que fez a caneta do padfone?
ResponderEliminarObrigado pelo reparo, corrigido. :)
EliminarIsto ia já dar um mega processo de patentes... ;)
Fica só o reparo que quando se fala da caneta, não foi com certeza a Apple que resolveu a questão mas a Asus... ;)
ResponderEliminarUps... Já alguém tinha reparado na gafe, quando carreguei a pagina ainda não existiam comentários...
ResponderEliminarA ideia e o conceito estão muito engraçados, mas foi muito mal materializado! Primeiro, se o "tablet" não tem quase entranhas (já que usa o telemóvel) devia ser super fino e leve, e não o contrário. Segundo, por esse detalhe devia ser o conjunto mais acessível: o telemóvel usa um ecrã "não HD" e o tablet quase não tem entranhas. Uma ideia engraçada mas pessimamente concretizada.
ResponderEliminarNa secção sobre a caneta, não é Apple, mas Asus.
ResponderEliminarEu tenho um Padfone desde fim de Julho. Não acho que o tempo seja muito relevante para a avaliação do produto porque o facto da ASUS anunciar a versão para Outubro não significa que os consumidores o possam comprar nesse mês.
Seria óptimo que assim fosse, porque significaria que a ASUS teria resolvido os problemas de distribuição. Aquando do lançamento do Padfone e do Infinity, mesmo depois da ASUS PT ter anunciado as datas de venda em PT, os consumidores tiveram de esperar ainda bastante tempo.
E depois, há a considerar que a venda do Padfone2 deverá fazer baixar o preço do anterior, permitindo assim que pessoas que não comprariam o equipamento por causa do preço, o possam vir a adquirir.
O conceito é perfeito: cada vez mais usamos o telemóvel como computador, mas ainda há algumas acções que pedem um ecrã maior (trabalhar numa folha de cálculo, ver um filme, sublinhar e ler um PDF, etc).
Nessas ocasiões, é só enfiar o telemóvel no Pad e em dois segundos tenho exactamente tudo o que tinha no telemóvel num ecrã maior.
Isto dependerá de pessoa para pessoa, mas para mim não faria sentido ter um telemóvel e um tablet diferentes. EX: Recebo, no telemóvel, um mail com um documento, faço download e começo a ler. Percebo que preciso de corrigir, colocar notas etc. Dava jeito um ecrã maior. Se tiver um tablet diferente, tenho de voltar ao mail, voltar a fazer o download (se esse tablet tiver 3G ou ainda tiver wifi - A ASUS não estava pensar em comercializar o Infinity com 3G em PT, por exemplo) e finalmente abrir o documento ir até ao sítio das alterações, etc
Com o Padfone, a única coisa que tenho de fazer é enfiar o telemóvel no pad e dois segundos depois estou a ver exactamente a mesma coisa num ecrã maior.
Tenho de confessar que a possibilidade de não ter de andar a sincronizar equipamentos e de não ter de pensar o que tenho num e o que tenho noutro é absolutamente extraordinária.
@Paula
EliminarObrigado pelo relato da experiência.
(E sim, já está corrigido o lapso da Apple, mas os feeds não perdoam... e haverá uns poucos milhares de pessoas que irão continuar a ler a "Apple"... :)
Esperemos que o Padfone 2 apresente estes detalhes corrigidos (resolução e peso, principalmente).
ResponderEliminarSe assim for, e se o preço passar para um patamar realista, não tenho dúvidas que será um conceito vencedor.
Quem tenha um smartphone e um tablet, poucas vezes utilizará os dois em simultâneo.
O que não percebi nesta solução da Asus é a eliminação da saída HDMI da tablet. A Asus tem um cabo HDMI-VGA que seria muito útil para apresentações por exemplo.
ResponderEliminarTalvez a segunda versão venha com essa saída.
P.S.: Se não houve uma pressão constante dos accionistas sobre novos produtos talvez houvesse mais tempo para pensar nos produtos.
tenho um pad fone 2 e parou derrepente so faz 4 meses que comprei ,eu ligo na asus do brasil eles fala que nao pode resolver por se tratar de um produto importado ,inclussive fizeram um forum padfone 2 morto e estamos sem explicaçao ate agora uns falo que e o emmc ,com certeza foi alguma atualizaçao que bloqueou todos e agora o que fazer.
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