2012/11/28

A Longevidade dos SSD


Embora muito já se tenha evoluído desde as primeiras gerações de SSDs, há um estigma que continua a atormentar muitos dos que consideram trocar os seus velhos (mas fiáveis) discos magnéticos rotativos pelas promessas de velocidade "instantânea" desde novos discos com memórias Flash.

Refiro-me, obviamente, ao número limitado de ciclos de escrita que as memórias flash permitem, e que no caso das memórias mais recentes, fabricadas com tecnologias mais avançadas e de tamanho mais diminuto, se reduzem ainda mais!

Embora haja memórias flash especiais, apropriadas para aplicações intensivas, e que permitem mais de 100,000 ciclos de programação/apagamento, as memórias flash normal têm normalmente uma longevidade de cerca de 10 mil ciclos de escrita. No caso dos chips mais recentes, de apenas 20nm, esse número reduz-se para meros 3 mil ciclos - valores que poderão ser encarados como "assustadores"! Afinal... num moderno sistema operativo que pode estar constantemente a escrever dados para paging files e logs... 3 mil escritas é coisa que pode ser feita em poucos minutos.

Como poderemos então confiar num SSD?

Como disse, muito se evoluiu desde os primeiros tempos dos SSD, e os SSD agora contam com avançados controladores que para além de comprimirem os dados automaticamente (reduzindo o número de escritas necessárias), são também capazes de gerir de forma eficiente todas as escritas de forma a que sejam distribuidas pelas células - e evitando que ciclos múltiplos de escrita sejam feitas recorrentemente na mesma célula. É por isso que quase todos os SSD têm espaço extra reservado para esta "manipulação interna" (que em SSDs empresariais pode ser quase tanto como a capacidade declarada do disco).

Num disco como um Intel 335 de 240GB, estas técnicas permitem que o disco esteja garantido para suportar 240GB de escritas (efectivas - que poderão traduzir-se em apenas 24GB de dados devido ao "write amplification", ou seja um cenário de "pior caso possível", em que cada escrita vai originar uma sequência de escritas adicionais), todos os dias, durante quase 6 anos!

No caso do novo OCZ Vector, a garantia oficial especifica mesmo que o disco é capaz de aguentar 36.5TB de escritas ou 5 anos de utilização; o que dá uma média de 20GB de escritas diárias, em blocos de 4K, o que constituirá o pior caso possível (em situação normal, durarão bastante mais - espera-se!)

Portanto, não há causa para alarme quanto à utilização despreocupada de um SSD em situações normais. Apenas em casos onde imagem ser necessário gravar diariamente e recorrentemente centenas de Megabytes por dia é que poderão querer tomar precauções adicionais (embora o possem fazer durante anos, como vimos).

Para os casos de pessoas que gostem de "prevenir" ao máximo, claro que se podem divertir fazendo coisas como criar um RAM Drive para onde redireccionem os ficheiros temporários, minimizando o número de escritas... Mas, será algo feito mais por "desporto" e auto-satisfação do que propriamente por necessidade dos SSD.

4 comentários:

  1. exelente topico.
    Muito bom

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  2. Ok, como é que a gente vai saber q um disco SSD já está a chegar ao fim da vida útil? Já alguém testou um SSD até ao fim?

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  3. Através da informação SMART, tal como acontece nos discos mecânicos...

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  4. depois de deixar de se conseguir escrever, passado os tais 6 anos ou assim, a informação mantém-se?
    Isto é, pode-se consultar a informação gravada mesmo que já não seja possível escrever?

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