2013/02/19

Os PCs - Computadores Pessoais e Intransmissíveis?

A Alexandra Pedro está de regresso ao Aberto até de madrugada, e hoje traz-nos uma reflexão sobre os PCs enquanto computadores verdadeiramente pessoais.


Hoje venho-vos falar de uma coisa que há muito tempo que me chateia nas pessoas, especialmente as da geração anterior à minha. É o seguinte, o termo PC, embora se use hoje para indicar computadores que não são Macs, inicialmente significava Personal Computer (ed.. tecnicamente, os Macs são PCs, embora mais comummente se associe o termo PC aos "IBM PC"  :). Ou seja, é suposto o computador ser um dispositivo pessoal, ou seja, um por pessoa.

No entanto, sendo os computadores aparelhos caros, é natural que muitas famílias só consigam ter um único PC para toda a família. Nestes casos acho que todos os sistemas operativos mais comuns suportam contas separadas para cada utilizador, permitindo manter os seus programas e documentos organizados e separados. Mas não é deste caso que quero falar.

O assunto que quero abordar hoje sobre aquelas pessoas que teimam em não entender porque é que alguém não gosta que lhe mexam no computador!

Não sei o que se passa na cabeça destas pessoas. Um computador para muita gente é simplesmente uma ferramenta de trabalho e não tem nada a ver com a vida pessoal de alguém. Acho que quase toda a gente que lê este blog se irá rir disto.

Pessoalmente, o computador é para mim a minha ‘home base’, onde mantenho tudo o que tem a ver com diversos aspetos da minha vida. Está organizado como eu quero e gosto, tem os ficheiros que eu quero e que são meus, as definições que mais gosto. No entanto recentemente tive que emprestar o meu portátil à minha mãe e para isso criei uma conta separada no sistema para que ela pudesse trabalhar sem ter que estar a mexer nas minhas coisas. Deviam ver a cara que ela me mandou! Como se fosse extremamente chocante eu querer manter as minhas coisas privadas, bem, privadas.

Sinceramente não percebo. Eu não mexo no computador dela (nem de ninguém) sem autorização - a menos que tenha mesmo muito que ser - e não é que tenha nada a esconder, acho que é simplesmente uma questão de respeito.

Provavelmente não estarei sozinha mas, concordem ou discordem, comentem que quero ler as vossas opiniões! Tenham uma boa semana!

[por Alexandra Pedro]


(Ed. Acho que este tema se aplicaria ainda mais apropriadamente aos tablets, que se vão impondo como os verdadeiros "novos computadores pessoais", e que ao contrário dos sistemas operativos nos computdores de secretária, ainda não estão tão aptos para lidar com a situação dos multiplos utilizadores.)

4 comentários:

  1. Tablets com contas de utilizador, eu tenho um é android 4.03 que nem é a mais recente por sinal Sony S.
    Já vai sendo recorrente penso eu, tablets com contas de utilizador.

    Quanto ao assunto privado, concordo plenamente.

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  2. O mac não é um PC porque não usa a mesma arquictectura, sebem que andam cada vez lá mais perto um do outro.

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  3. Comungo da opinião da Alexandra.

    Aqui em casa somos 2 e temos 1 PC e 1 Portátil.
    Cada um tem a sua conta em cada um dos dispositivos e por acaso com palavra passe. No entanto sabemos as palavras passe um do outro.

    Esta forma de utilização é precisamente para manter as definições de cada um nos respectivos aparelhos.

    Assim os meus ficheiros estão sempre no mesmo sítio, não aparecem pastas que não reconheço e não corro o risco de apagar algo que não deva.

    Agora, precisava que a Apple se despachasse a implementar algo semelhante para o iPad, pois sinto falta de uma organização semelhante!

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  4. Cara Alexandra:

    Parabéns pela tua escrita, que é muito bem elaborada e cativante.
    Devo, no entanto, discordar de algumas partes do teu artigo. Tenho PC desde que foi comercializado para o grande público e fui das primeiras pessoas a ter um em casa - à minha volta, ninguém tinha; nem mesmo no meu local de trabalho havia um. "Convivo" com o advento do PC há já 18 anos e, aquilo que começou por ser apenas um auxiliar de trabalho - para fazer mais e melhor -, depressa se tornou numa área de interesse pessoal, com componentes lúdicas e de sociabilização online. Hoje, passo cerca de 3 quartos do meu dia útil no PC, entre trabalho e diversão/ informação. Nunca senti, no entanto, a necessidade de impedir outros de aceder ao meu computador, porque, apesar de ser o meu computador "pessoal", tudo o que nele faço é transparente e pode ser visto por toda a minha família, sendo esta área da minha vida apenas mais uma, que partilho, sem qualquer problema, com aqueles que amo e para quem vivo. Esta postura tem sido até uma forma de partilhar algo que é meu e de proporcionar aos meus familiares mais próximos mais uma área de partilha e/ ou interação, promovendo a união e o espírito familiares.
    É também, por outro lado, uma forma de contrariar a já tão antiga "acusação" que visa os computadores e o seu uso diário como uma forma implacável de isolar os membros de uma família. Ao contrário, se houver partilha e/ ou acesso fácil àquilo que fazemos no PC, o seu uso pode bem ser mais uma ferramenta da aproximação familiar à qual - dizem - o uso do computador tem causado danos irreparáveis. Privado, para mim, só mesmo aquilo que faço e mais ninguém pode ou deve ver, normalmente situações que envolvem a minha intimidade física ou conjugal. Tudo o resto é transparente, sem "arcas encoiradas", como se costuma dizer. Partilho, sem problemas, o meu PC com a minha família, sem qualquer tipo de problemas. Se vivo com estas pessoas e as amo, porque raio hei-de esconder-lhes ou vedar-lhes o acesso ao meu mundo informático online? Afinal, é apenas - e somente isso - mais uma área da minha vida. Se vivo em interação familiar, porque não partilhar, tal como partilho tantas outras coisas? Contas feitas, viver em família é essencialmente isso: uma partilha voluntária e constante da nossa própria vida, partilha essa que nos vem devolvida em amor, afeto, compreensão, carinho... aquelas coisas que fazem um Ser Humano normal e equilibrado ser feliz!

    Alexandra Teixeira

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