Seria certamente ingénuo pensar que toda a tecnologia disponível, e que permite a espionagem à escala global de praticamente todos os utilizadores de smartphones e computadores, poderia ela própria ser mantida secreta - como bem temos assistido no caso Edward Snowden que ainda está a decorrer e sem fim à vista. Será por isso a pior altura para que se descubra também que a Motorola ainda a espiar os utilizadores de alguns dos seus smartphones.
Foi algo descoberto por acidente por Ben Lincoln quando estava a analisar os dados de ligação do ActiveSync, e reparou que o seu smartphone estava a enviar coisas que não devia para um servidor da Motorola.
Analisando a coisa mais em detalhe, a escala a que tal é feito revelou-se assustadora: emails, endereços, usernames, passwords, fotos (com a respectiva localização do GPS, caso exista), e também envios periódicos de toda uma quantidade de informação sobre o que se tem instalado no smartphone, etc. Para piorar ainda mais o cenário já de si preocupante, alguns destes dados são enviados por ligações não-seguras, possibilitando que qualquer pessoa "à escuta" as possa apanhar (felizmente, parece que no caso das passwords dos diversos serviços, se está a usar o HTTPS).
Não há explicação possível para que a Motorola ache que todo este tipo de informação seja recolhida e passe pelos seus servidores, em jeito de "intermediário", nem tão pouco que tal seja feito sem o conhecimento dos utilizadores. Considerando que os smartphones da Motorola agora estão sob a alçada do Google - que frequentemente se tem visto envolto em polémicas devido à recolha de dados que não devia, como no caso do StreetView), não é propriamente o tipo de noticia que ajudará a melhorar a credibilidade do gigante norte-americano. Ou será que tal como no caso do PRISM, dirão que não sabem de nada nem têm nada a ver com isso?
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