Desta ninguém estava à espera: a Samsung comprou a Boxee. Uma compra que faz antever que as Smart TV da Samsung se venham a tornar bem mais interessantes (e esse é o aspecto positivo, e que fará com que as restantes marcas se tenham que aplicar para melhorar as suas Smart TVs) - mas que também nos relembra da volatilidade que é a dependência na "cloud".
Os utilizadores que utilizassem o serviço de gravação de vídeo na cloud disponível nalgumas Boxee vão descobrir que as "nuvens" se evaporam com facilidade, pois as suas gravações desaparecerão já no próximo dia 10 de Julho. É certo que era uma funcionalidade ainda em estado beta, mas não deixa de servir como mais um alerta para o potencial evaporativo dos dados que se mantêm na cloud quando as empresas que os mantêm são adquiridas por outras, ou fiquem falidas, etc.
Na verdade a questão das gravações televisivas tem sido um retrocesso face ao que se tinha no tempo dos gravadores de vídeo "à moda antiga". Mesmo nas boxes actuais com disco interno, em caso de avaria ou troca de caixa para um novo modelo, todas as gravações será perdidas pois não há maneira oficial de proceder à sua transferência. E na geração mais recente de caixas, também elas ficam dependentes da cloud do fornecedor do serviço, pelo que caso decidam mudar de operador ou simplesmente cancelar o serviço... adeus gravações - sem hipóteses de ficarem com elas a não ser que estejam dispostos a passar dezenas (ou centenas) de horas a fazer uma regravação de tudo o que lá tiverem à moda antiga para uma placa de captura ou outro gravados (e nem sei se será possível, devido ao HDMI e as suas protecções anti-cópia, etc)
Na minha geração ainda nos podíamos dar ao luxo de usufruir das colecções de conteúdos acumuladas pelos nossos pais ao longo das suas vidas: cassetes, LPs, livros, etc. Alguns de nós ainda conseguiram fazer um pouco do mesmo, acumulando CDs, DVDs, e até Blurays. Mas cada vez mais me interrogo o que as novas gerações conseguirão efectivamente "acumular" para passar aos seus descendentes... se todos os conteúdos vão migrando para serviços que apenas permitem o acesso ao titular do mesmo, e enquanto "pagar" para o manter - com tudo a esfumar-se assim que a conta deixe de ser paga; nada restando para quem vier a seguir (a não ser que volte a pagar por aquilo que os seus pais já pagaram durante toda uma vida).
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