2013/12/16

Appy Day BPI

Ocorreu na passada sexta-feira o primeiro concurso de programação de apps organizado pelo BPI - o Appy Day BPI - embora não tenha tido oportunidade para lá estar pessoalmente, o João Alves disponibilizou-se para nos contar como foi a sua experiência de participação. (Obrigado João!)


Chegamos por volta das 17h30 ao Lx Factory seguimos as setas que nos levavam até ao edifício onde decorreu o Appy Day BPI. Quando entrámos já a azafama era enorme à volta das mesas de registo. Estavam organizadas por letras como habitual, sem grandes problemas lá nos deram a credencial e entramos oficialmente no Appy Day. Foi curioso ver que além das dezenas de portatéis dos mais diversos formatos e marcas alguns dos participantes não dispensaram o seu iMAC trazendo-o debaixo do braço para o evento.

O Welcome Kit era bastante simpático e consistia numa mochila de dimensões razoáveis com compartimentos para portatil e demais cabos. Lá dentro tínhamos um cobertor, um gorro, uns phones, uma pen usb e um voucher da Microsoft para utilização da plataforma Azure.

O espaço em si estava subdividido em cinco áreas, duas com mesas para as equipas, uma central com o palco e cadeiras para a assistência, uma área separada para as refeições e outra para o chamado chill out com consolas, matraquilhos e uma pista com carros eléctricos.


Seguimos para o local que nos tinha sido reservado. As equipas estavam organizadas em mesas que estavam devidamente preparadas com cabos de rede, tomadas de energia eléctrica e um candeeiro por participante. Este é sem dúvida um dos aspectos mais positivo pois permitiu-nos começar logo a montar o estaminé e a trabalhar.

As mesas eram compostas por oito lugares quatro de cada lado. Como acontece em quase todos os eventos o sistema wireless era o possível. Havendo alguns concorrentes sem rede fixa a queixarem-se de alguma lentidão. Um aspecto a rever e melhorar para as próximas edições. (Igualmente a rever: ainda estou com as costas doridas das cadeiras que poderiam ser mais ergonómicas para quem ali vai passar 24h a programar.)


Com o decorrer do tempo inumeros eventos decorriam no palco com uma assistência mínima uma vez que o grande objectivo dos participantes era programar. Aqui é também a meu ver mais um aspecto a melhorar, pois penso que as duas actividades são incompatíveis, programar e assistir a talks. Quando ao conteúdos das talks destaco a que foi feita pelo Miguel Duarte da Ignite que apresentou muitas dicas importantes para um pitch com sucesso.

Por volta das 3:00 já estavam alguns mais para lá do para cá e a organização deve ter pensado que para manter acordados os participantes o que era importante era haver barulho, então recorreu a umas bandas cujos nomes eu nem me consigo recordar por ter ficado com o cérebro a andar à roda do barulho que faziam.


Em paralelo com a prova ocorreram diversos concursos, o da TAP que sorteava uma viagem para duas pessoas a qualquer destino da união europeia, o de um telemóvel iphone e de um tablet...



No espaço existiam diversos compartimentos onde podíamos descansar, entre os sofás disponibilizados e as camas improvisadas encontravam-se lá também umas caixas com um colchão que permitiam um descanso minimamente razoável. Durante a noite foi-nos fornecido um kit pela TAP que incluía um kit básico de higiene.


O modelo de refeições adoptado era o self-service buffet. A qualidade da comida era bastante razóavel sendo que por vezes deveriam ter aumentado o ritmo de reposição da mesma para evitar que os participantes estivessem à espera de comida como me aconteceu. A meio da noite serviram uma ceia que era composta por hambúrgueres e crepes. E durante o evento os concorrentes iam sendo apaparicados por jovens que ofereciam bolas de berlim, kitkats, pastilhas elasticas, barras energéticas e até... massagens!



Quanto às aplicações, e como acontece em quase todos os eventos deste tipo, pelo aspecto que as mesmas tinham, percebia-se perfeitamente que não tinham sido feitas nas 24 horas dadas no evento (ou, melhor dizendo, 21h porque o trabalho tinha que estar terminado às 15h).

Grande parte das aplicações abordaram o tema dos pagamentos alternativos com uso do telemovel e aplicações que possibilitem a criação de redes sociais direccionadas a determinados grupos com interesses específicos. Existiram algumas excepções a estes temas mas não obstante a qualidade de algumas das aplicações, não se pode dizer que tenha aparecido uma killer app que indiscutivelmente demonstrasse ser a merecedora da vitória.

Os vencedores deste Appy Day BPI foram:

1º lugar (e prémio do público): Pharmassist
“PharmAssist” pretende melhorar o dia-a-dia de pessoas com mais de 65 anos, ou com alguma deficiência visual. É uma app de realidade aumentada, que reconhece etiquetas emissoras colocadas em caixas de medicamentos, e traduz as mesmas para linguagem oral e descomplicada - “Este é o medicamento para o Colesterol. Tome agora, 2 comprimidos.”. Elimina as dificuldades decorrentes da enorme variedade de caixas, marcas e dosagens de medicação, e permite aos familiares ou profissionais de saúde programarem, à distância, alertas para a hora de toma dos medicamentos, e monitorizarem se essa toma foi concretizada. Assim, pretende aumentar o grau de independência dos idosos e pessoas com deficiência.

2º lugar ex aequo 

Robin Food
A nossa app, Robin Food, é uma resposta tecnológica a um drama social: a fome e o desperdício alimentar. Foca-se no tema da "Responsabilidade Social" procurando resolver o problema da subnutrição na 3ª idade (37% dos portugueses dizem não ter dinheiro para a alimentação até ao fim do mês). O principal objetivo é agilizar a forma como as instituições solidárias interagem com uma rede de fornecedores com excedentes, reaproveitando os "restos" e dando-os a quem necessita. Através do Robin Food, as organizações aumentam consideravelmente a sua capacidade de recolha de excedentes podendo, assim, ajudar um maior número de pessoas com dificuldades.
Fotura
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Para os participantes o evento foi uma autêntica noite prolongada de 24h; chegamos de noite e saímos de noite no dia seguinte. O evento final foi apresentado pela Fernanda Serrano e teve a participação efusiva de toda a audiência. Fica-me na memória a tirada de um concorrente que para quebrar o gelo disse que "nunca pensei conhecer a Fernanda Serrano depois de ter estar 24 horas sem tomar banho!".



Globalmente e para o 1º evento do género organizado pelo BPI, pode-se dizer que estão de parabéns uma vez que a organização funcionou muito bem e pontualmente (ooppss... menos os 30 minutos de atraso às 16h), tendo proporcionado aos concorrentes uma experiência muito positiva. Penso que é uma iniciativa que deverá ser continuada uma vez que existem talentos para ser explorados - embora convenha ficar mais claro se a ideia é levar o trabalho já feito... ou se é mesmo para ser feito em 24h a partir do zero.

3 comentários:

  1. Acho que toda a gente deveria ler este artigo pois mostra a realidade de "concursos" como este:

    https://medium.com/p/7da440c1d3d2

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  2. Estive lá, o evento correu bem, foi uma experiência positiva, mas acho que não estiveram bem ao mudar as regras a meio (não haver entrega das aplicações na última fase, permitindo assim a quem só tinha feito mockups ter clara vantagem sobre quem perdeu tempo a implementar as funcionalidades), assim como dizerem que estava expressamente proibido o uso de powerpoints, etc.. nas apresentações, queriam apenas ver a app em funcionamento, e para meu espanto a maioria das apresentações dos top20 foi com powerpoint.

    Mas como disse fora esses pontos menos positivos o evento foi bastante bem conseguido.

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  3. Também lá estive e gostei da experiência, fica por explicar como é que aquela aplicação ganhou... Para quem quiser mais relatos sobre o que estou a falar basta ir https://www.facebook.com/appydaybpiaverdade

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