2013/12/16

Navegar na Internet moderna com um Mac Plus com 3 Décadas


Se ontem revisitamos o Doom, que celebrou o seu 20º aniversário e nos fez relembrar os tempos em que os computadores eram máquinas bem diferentes das actuais; hoje trago-vos um exemplo igualmente nostálgico, de alguém que decidiu ressuscitar o seu velho Mac Plus com 27 anos para ver que  tal se comportava ao visitar a internet dos nossos dias.

O Mac Plus será uma máquina bem conhecida de alguns de vocês - eu tinha um amigo que tinha um, e eu ficava fascinado a olhar para aquilo a ejectar as disquetes sem ter que se carregar num botão mecânico como acontecia nos "PCs". Para colocar as coisas em perspectiva, este fantástico computador tinha um CPU Motorola 68000 a 8Mhz, 4MB de RAM, disco de 50MB e um ecrã com resolução de 512x384.


A tarefa de o trazer para a internet dos nossos dias não foi fácil, e teve que superar condensadores que estouraram, encontrar um browser suficientemente recente para navegar na web mas que funcionasse nesta máquina (MacWeb), encontrar uma stack TCP/IP, ligá-lo a uma rede ethernet (que foi conseguido com um Raspberry Pi a servir de conversor, permitindo que os dados fluissem entre o MacTCP, MacPPP, daí para SLiRP e daí para a ethernet, o router, e a internet. Um sistema que permite ao Mac Plus passear na net à alucinante velocidade de 19kbits/s!

Mas este complicado processo não era suficiente...

O MacWeb não é compatível com algumas funcionalidades do HTTP 1.0 que hoje em dia são usadas por 99% dos sites, obrigando a mais trabalho - neste caso, a utilização de um proxy que se encarregasse de adaptar a web moderna para que seja compatível com as capacidades reduzidas deste browser, removendo SSL, CSS, javascript, etc.

Enfim uma verdadeira trabalheira apenas para demonstrar que é possível navegar na web actual usando-se um computador com quase 30 anos e com características substancialmente inferiores às que encontramos até num smartwatch actual. Mas, o objectivo foi cumprido... embora, seja esclarecedor ver a que velocidade é que as coisas funcionam - ou melhor dizendo: a falta dela! :)

São necessários vários minutos para ver uma única página... e sem dúvida que nos faz pensar como utilizar a web seria diferente se tivéssemos que esperar tanto tempo a cada clique.

4 comentários:

  1. Na última semana tenho-me visto obrigado a utilizar uma internet "banda larga" com plafond expirado... Ou seja, uma internet limitada a 128kbps.

    Apesar de exasperante confesso que tem sido uma experiência interessante do ponto de vista de perceber como os sites hoje em dia estão feitos e optimizados (ou não...).

    Sites que utilizam imagens em full-res, carregados de pub ou previews de tudo e mais alguma coisa quando apenas se quer ler um artigo. Fez-me lembrar a luta por maiores resoluções e melhores specs nos smartphones que vão esquecendo o ponto fulcral: autonomia.

    Até mesmo no Gmail, uma função básica, obriga-me muitas vezes a ter de utilizar o "HTML Clássico". Outro ponto que me surpreendeu foi que ao tentar responder a um email, existe um loading time para poder começar a escrever a resposta. A caixa está lá mas, ao clicar, fica em loading... tempos e tempos... até (muitas das vezes) dar erro e sugerir-me o HTML Clássico.

    Seria de esperar que a lógica fosse a inversa. Maximizar a optimização/autonomia e a partir daí incrementar os conteúdos. Infelizmente nem sempre acontece.

    Internet 128kbps em 2013: uma experiência que aconselho :D

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    1. Já passei por essa experiência com a TMN (demasiadas vezes até) e a solução é terminar o contrato assim que possível e mudar de operador...
      Nesse aspecto a Optimus tem sido MUITO, mas MUITO melhor. Embora também exista a tal política de utilização responsável, não fico com uns "inúteis" 128kbps. Na Optimus, após os 15Gb fica mais lenta, mas só em determinados sites (por ex. o youtube). Não é perfeito, mas bem melhor que a TMN.

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    2. Neste caso não era problemático, estive a usar a pen porque mudei de casa e como não planeei com antecedência tive de ficar esta semana à espera da instalação/activação.

      Como precisava de internet, acabei por pedir uma pen emprestada para desenrascar (e sim, era da sapo/tmn/meo) !

      It's over now, já voltei a 2013 :D

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  2. O "ejectar as disquetes sem ter que se carregar num botão mecânico" era muito giro, mas não livre de problemas. Da primeira vez que meti uma disquete num Mac, na faculdade, correu mal. Não apareceu o ícone no desktop e depois de andar às voltas no sistema, reiniciar a máquina e tudo, tive de arranjar um clip para enfiar num buraquinho para finalmente a reaver.

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