2014/01/06

Dolby quer Televisão em HDR com muito mais brilho


Não nos faltam exemplos onde a corrida desenfreada pelo "mais" nem sempre é acompanhada pelo "melhor". As câmara fotográficas digitais e smartphones oferecem-nos mais e mais megapixeis, sendo que nem sempre isso se traduz em melhor qualidade real; e agora a Dolby vem relembrar-nos que o Full HD e até o Ultra HD falham em verdadeiramente aumentar a qualidade no que diz respeito às cores e luminosidade.

O que se passa é que os nossos ecrãs continuam a usar uma gama de brilho bastante reduzida quando comparada com as que temos na realidade. Na vida real um reflexo do sol num vidro de um automóvel pode ser tão brilhante que nos faz cerrar os olhos, mas à noite somos capazes de ver até as mais ténues estrelas no céu nocturno. Num ecrã de televisão dificilmente terão tido necessidade de alguma vez fechar os olhos por esta ser demasiado brilhante... mas é precisamente isso que a Dolby quer recriar para que se possa ter uma imagem mais real do que as actuais.

Nas suas experiências a Dolby chegou a criar um televisor que em vez de 4500 LEDs usava 18000 LEDs RGB - capaz de atingir um brilho de 4000nits  (cerca de dez vezes mais que um ecrã convencional) - e as imagens que conseguia criar deixaram toda a gente "de queixo caído" pelo nível de realismo incomparável com aquilo que se está habituado a ver. Claro que este protótipo necessitava de um sistema de arrefecimento líquido para lidar com o calor gerado por tantos LEDs, mas... é um sinal que ainda muito falta fazer para que se tenham filmes de maior qualidade.

Não são só os pixeis que interessam: as cores, brilho, e também a frequência de imagem são aspectos que faltam melhorar para que os nossos ecrãs se possam tornar numa janela capaz de representar a realidade com maior fidelidade. Esperemos que os fabricantes estejam receptivos a estas inovações e - tal como têm apostado no Ultra HD com tanta velocidade e empenho - também o façam para estes formatos "HDR" (High Dynamic Range) e "HFR" (High Frame Rate).

4 comentários:

  1. A falta de contraste real é um problema típico dos LCD e derivados (aka todos ls ecrans que lhes chamam LED mas são LCD na mesma e nunca lhea deviam ter metido o nome LED no nome) pois tanto os antigos CRT como os Plasma como os OLED conseguem contrastes mais perto da realidade. Mas mesmo assim temos o problema de quase tudo o que é vídeo e filmes estar a usar apenas uma palete de 24bit de cores que limita tudo a 256niveis de cinzento ou seja lara se ter um contraste muito alto e perto do real depois faltam níveis intermédios e nem os bluray os usam. Ha anos que esperava ver as TV OLED banalizadas (à semelhança do que aconteceu com os smartphones Galaxy) e já devíamos estar a gravar vídeos com HDR em todos os dispositivos de filmar..

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    1. Não percebo. 24 bits resulta em 16,7 milhões de combinações. Porque é que só dá 256 níveis de cinzento?

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    2. @AJM 24 bits dão 8 bits de cor (256 niveis de intensidade) para cada uma das cores primárias R/G/B. Os "cinzentos" - do branco ao preto - são feitos com todas as cores em intensidade idêntica.

      Portanto tens 256 niveis de cinzento do 0/0/0 ao 255/255/255, passando pelo 1/1/1, 2/2/2, 3/3/3 e assim por diante.

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    3. Ok, obrigado, Carlos Martins. O olho humano é incapaz de ver mais do que 900 níveis de cinzento, pelo que se se usasse cor de 32 bits isso já seria mais que suficiente.

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