Todos conhecemos o fenómeno "tablets", mas nos últimos tempos temos assistido à chegada de tablets com windows "completo" a preços cada vez mais atractivos e que poderão servir como equipamento perfeito para quem pretende a mobilidade de um tablet mantendo a possibilidade de correr todo o tipo de programas tradicionais. Será este ElitePad da HP capaz de cumprir com tudo o que é esperado dele? O nosso incansável Luis Costa colocou-o à prova e partilha as suas conclusões.
A HP andou afastada do mundo dos PCs, mas fruto de uma mudança de rumo voltou a apostar neste segmento de mercado.O ElitePad que hoje poderá não parecer um "PC" tal como os que conhecemos, devido ao seu formato tablet, mas ao contrário do que aconteceu com algumas marcas, corre efectivamente um Windows "completo"(na versão profissional), e não a versão RT que inicialmente se destinava aos equipamentos deste género.
O HP ElitePad
O ElitePad vem equipado com um CPU Atom dual core Z2760 (Clover Trail), 2GB RAM, ecrã 1280x800, SSD de 32 até 128GB e câmaras frontal e traseira, isto em menos de 700g.
O conjunto é muito sólido, facto que não será alheio ao acabamento metálico que o protege. Na frente temos a tecla Windows e a câmara frontal. Na traseira mais uma câmara e respectivo flash, botões de volume, zona NFC, reset e slots para cartão SIM e microSD. Na parte de cima o botão on/off, jack som 3.5" e bloqueio/desbloqueio da rotação do ecrã. Na parte inferior, duas colunas e a ficha proprietária.
Esta ficha tem a particularidade de para além de servir para ligar o transformador, ser também o local onde se pode ligar um adaptador USB, jackets e dock.
Estes jackets são a grande mais valia deste equipamento, e que lhe possibilita uma verdadeira transformação camaleónica. Permitem acrescentar uma camada extra de protecção e adicionam novas funcionalidades. O jacket que testei já recebeu um melhoramento: a adição de uma bateria, aumentando assim a autonomia do tablet.
O sector de retalho pode muito bem ser quem venha a tirar partido destas soluções. A possibilidade de levar a caixa registadora ao cliente parece-me particularmente interessante. Permite um contacto de proximidade, e rapidez no processo de pagamento.
A segurança nunca deve ser descurada, e um dispositivo móvel é um alvo fácil. O jacket com duplo sistema de segurança (cartão e impressão digital) diminui as possibilidades de um acesso indesejado.
A dock permite adicionar um conjunto sigmificativo de ligações, tornando-se a companhia ideal para ter em casa ou no trabalho, podendo jogar em conjunto (mas não em simultâneo) com os jackets. Basta ligar os periféricos e está pronta a trabalhar.
Em funcionamento
Confesso que quando me foi proposto analisar este tablet, torci o nariz. Um tablet com hardware de um netbook, mas que perde o teclado - "Onde estão as vantagens?" - pensava eu... Após a conclusão dos testes, reconheço que passei a olhar para este equipamento de outra forma.
Não é um Fórmula 1, está longe de se comparar aos ultrabooks, mas esse também não é o seu objectivo.
O seu público alvo, diria que são as empresas com funcionários que se não tenham um posto de trabalho fixo. O facto de ser um equipamento leve e robusto, permite que seja transportado com facilidade e segurança. O ecrã táctil possibilita uma interacção mais próxima com os clientes. Facilmente se mostra um set de fotografias ou se visualiza um documento
Os jackets por sua vez permitem configurar o tablet em função das necessidades do trabalhador, adaptando o seu hardware às tarefas que se prevêem vir a ser realizadas. O mesmo pode numa semana ser atribuído a uma função, e na semana seguinte passar a ser utilizado noutra missão, com outros requisitos.
Aquando da realização dos testes, estava a iniciar um novo projecto, e tinha necessidade de consultar as dimensões das peças que iria utilizar. Por mero acaso, olhei para o ElitePad e pensei: em vez de levar o portátil, vai mesmo ser o tablet. Instalei o sketchup (lá está a vantagem de se tratar de um windows "completo") e levei apenas um adaptador USB para ligar um rato.
A mobilidade veio mais uma vez ao de cima. Em vez de estar com o portátil junto à zona de trabalho, sujeito a receber o pó que vinha do corte da madeira, utilizei o ElitePad protegido pelo jacket. O ecrã com reconhecimento do toque permitia rodar as peças de forma a perceber como encaixavam umas nas outras e quais as suas dimensões.
Ao navegar na Internet, desde que não se abuse no número de tabs, o ElitePad porta-se bem, não se arrastando por entre as consultas online. No entanto se "carregarmos" o browser, a velocidade de resposta acaba por baixar, fazendo notar as limitações do seu CPU Atom. A resolução (1280x800) acaba por ser o ponto menos conseguido, pois a resolução na vertical é curta - sendo nesses casos preferível dar uso à rotação do ecrã para "esticar o ecrã".
Apreciação final
Este não será o tablet que a esmagadora maioria da famílias deseja ter em casa. Não que não consiga responder a grande parte das solicitações, isto para lá dos jogos, entenda-se. O seu core business, é claramente outro: o sector empresarial. O Windows 8.1 Profissional pode ser uma mais valia para as empresas.
O facto de permitir uma elevada mobilidade, aliada a um considerável conjunto de funcionalidades extras, torna-o numa máquina apetecível. Os jackets foram claramente bem projectados, tendo em vista cenários de utilização específicos. Em conjunto com a dock podem, para uma grande maioria dos utilizadores, substituir o PC, com todas as vantagens que daí advenham.
O Elitepad está disponível em várias configurações, com um PVP a começar nos 650€ (valor de referência). É este último que acaba por penalizar o ElitePad, e leva-me a atribuir apenas um já de si interessante "Quente", no lugar do "Escaldante" que o conjunto talvez justificasse.
HP ElitePad
Prós
- Qualidade de construção
- Versatilidade
- Windows 8.1 Profissional
Contras
- Resolução do ecrã
- CPU limitado para tarefas mais exigentes
- Relação preço/hardware
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