Será fácil perceber como a invenção das células solares, a 25 de Abril de 1954, nos laboratórios da Bell nos EUA, terá feito disparar a imaginação das gerações que se seguirão. A ideia de se ter energia gratuita e ilimitada, convertida directamente da luz do Sol (ou outra) para electricidade... seria algo digno de uma história de ficção científica.
Feita de silício, numa altura em que ainda nem se suspeitava a importância que esse material viria a ter na nossa sociedade, a primeira célula solar foi demonstrada nessa data por Daryl Chapin, Gerald Pearson e Calvin Fuller. Ao contrário de tecnologias que são apresentadas e depois demoram décadas ou nunca chegam sequer a aparecer no mercado, os painéis solares rapidamente começaram a ser aplicados um pouco por todo o lado; e com uma série de equipamentos, como rádios e relógios, a aproveitarem-se disso para anunciarem com grande pompa e circunstância a sua independência das tradicionais pilhas.
Hoje em dia continua a apostar-se em força na energia solar, mas esse caminho tem sido percorrido a uma velocidade bem inferior à que seria desejável. É "triste" termos que ver empresas privadas como o Google a promover o uso de painéis solares, quando isso poderia muito bem ser algo feito a nível oficial e governamental.
Num pais com boa exposição solar como o nosso, porque não incentivar que todas as novas construções usassem os seus telhados - e até paredes (desde que com exposição adequada) - para instalação de painéis solares, facilitando também a burocracia da sua ligação à rede geral, e criando um sistema distribuído de geração de energia, que ajudaria também a aliviar as centrais tradicionais?
Claro que, como em tudo o que envolva "energia", há sempre muitos interesses instituídos e pouco interessados em que as coisas mudem (a não ser quando é garantido que isso seja feito em seu benefício), mas tal como já anteriormente passamos por várias revoluções energéticas, esperemos que desta vez isso possa ser feito dando o salto para uma fonte de energia limpa, renovável, e praticamente inesgotável: o nosso Sol.
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