2014/06/27

Investigadores testam CPU com 36 cores com "rede sombra"


Contentes por terem um CPU quad-core que se faz passar por octa-core nos vossos computadores? No MIT os investigadores andam a brincar com CPUs com 36 cores... e a lidar com os problemas que daí advêm.

O problema de meter mais núcleos de processamento num CPU - como 36 cores neste caso - é que os ganhos não são lineares. Como o acesso à memória é partilhado por todos, mais chips significam que há menos tempo para cada um ter esse acesso, pelo que os chips começam a passar mais tempo "à espera" do acesso à memória do que a funcionarem eficientemente. Para além disso, mesmo quando se usam memória cache em cada um deles, há o problema da consistência de dados entre todos eles: se o processador número 23 necessitar de um dado que acabou de ser modificado pelo processador número 8, terá que saber que esse dado foi alterado e utilizar o valor correcto.

Foi isso mesmo que os investigadores do MIT tentaram resolver recorrendo a um sistema inspirado nos sistemas de rede, e criando uma "rede sombra" adicional que permite a todos os núcleos de processamento manterem-se sincronizados e organizados quanto a quem necessita de dados e de quem os tem. Usando este sistema, os investigadores conseguiram uma melhoria na eficiência do sistema de 24% face a um CPU multi-core convencional.

Mas não se espere que CPUs com tantos processadores internos cheguem até nós em breve. Estes chips destinam-se unicamente à investigação, sendo que a próxima fase será ver que tal este sistema de rede sombra funcionará com centenas - e até milhares - de cores. Estudos que irão certamente influenciar os próximos super-computadores do futuro (se até lá os CPUs quânticos/ópticos/ou outros não revolucionarem tudo. :)

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