2014/08/08

Androids livres do Google já representam 20%


Por várias vezes já lançamos a questão, relativamente à possibilidade da Samsung optar por usar um sistema próprio nos seus smartphones, quer fosse Tizen ou uma versão modificada do Android como faz a Amazon (e a MS nos seus Nokia X). Quem teria mais a perder, a Samsung, ou o Google? No entanto há quem diga que a principal ameaça nem sequer é a Samsung... mas sim a proliferação de modelos que dão uso a variantes do Android que deixam de colocar o Google na posição central do sistema.

A questão do Android ser open-source é uma questão que há muito se discute. Existe o Android como o conhecemos, nos Nexus e afins, que contém inúmeros elementos que são "fechados" e que estão sob o controlo do Google; e depois existe o AOSP (Android Open Source Project) que disponibiliza a plataforma (sem esses tais elementos) como open-source. É esta versão que muitos fabricantes optam por usar e modificar, escapando assim às exigências do Google para que os seus dispositivos tenham acesso oficial às apps do Google - algo que na maioria das vezes é facilmente contornada instalando-se as mesmas de fontes não oficiais.

No ocidente, a maioria dos consumidores opta por equipamentos que, na maior parte das vezes, vêm com um Android oficial - mas no oriente, têm proliferado variantes que estão mais vocacionadas para as especificidades dos seus países, e que começam a atingir já proporções que levantam "preocupações", atingindo já os 20% dos envios de novos equipamentos.



Não terá sido por acaso que no último Google IO o Google revelou o seu programa Android One - um programa destinado a levar o seu Android oficial a equipamentos de baixo custo (os mais populares nestas regiões onde estas variantes têm aumentado de volume), e prometendo a experiência total do Android, com acesso a todas as suas apps, a Play Store, e actualizações automáticas directamente do Google (um aspecto que a maioria dos equipamentos não oficiais nem sequer considera, deixando a cargo dos utilizadores "desenrascar-se" com ROMs alternativas... se existirem).

Faltará agora ver qual será o efeito prático deste Android One quando chegar ao terreno, e se conseguirá inverter esta tendência de crescimento dos Androids não oficiais antes que se tornem numa fatia ainda maior de dispositivos que, embora tirem partido da plataforma do Google... acabam por não ser do interesse do mesmo.

Pessoalmente, não me parece que seja difícil ao Android One destronar esses Androids alternativos. Tal como eu coloco no topo das prioridades o aspecto de ter um Android oficial e com actualizações garantidas (o que me faz invariavelmente optar por equipamentos Nexus); penso que entre escolher um smartphone de 80 ou 90 euros com um Android "qualquer"; ou um que venha com Android One oficial, com idênticas garantias de actualizações e acesso oficial aos serviços... a maioria das pessoas optará por este último.

... No entanto continuará a ser fundamental a parte de conquistar os fabricantes chineses de equipamentos - sob pena do seu gigantesco mercado de mais de mil milhões de potenciais compradores começar a optar pelos modelos chineses equipados com os seus Androids "divergentes".

2 comentários:

  1. Eu desespero de tanto esperar por "samsung, LG, HTC" com Android Silver.
    Tenho um HTC Sensation com Android 4.0 que a HTC já esqueceu há muito.
    Se o LG G3 saísse com opção android puro comprava já...

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  2. A publicidade da samsung apple e etc mata isso tudo...o pessoal compra pela moda e nao conhece o resto, agora começam a vingar as marcar ditas "brancas" mas mesmo assim não é a mesma coisa...muitos ficam com uma má ideia e depois culpam o sistema operativo e não o telemovel que compraram por 120€ e esperavam resultados como um s4 ou nexus5 (apenas um exemplo)

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