2014/08/12

Lyft acusa Uber de tácticas desleais


Poderia pensar-se que os novos serviços de táxi "digitais" prefeririam aliar-se para enfrentar os monopólios de serviços de táxi convencionais que tanto têm reclamado e tentando impedir a proliferação destes serviços, mas afinal parece que também não deixam de lutar entre si.

Já temos assistido a todo o tipo de tácticas anti-concorrenciais usando as plataformas digitais: desde os serviços que alteram os horários dos seus concorrentes para que tenham menos clientes; aos que pagam para "gastar" a sua publicidade sem que faça efeito. No caso do Uber e do Lyft, serviços que permitem que qualquer pessoa se transforme num "taxista", a guerra não tem passado despercebida, com o Uber a fazer publicidade descarada a tentar convencer os motoristas do Lyft a juntarem-se ao seu próprio serviço.

Só que agora a coisa parece estar a ir mais longe, com o Lyft a acusar o Uber de fazer milhares de pedidos fraudulentos, que são feitos e cancelados, com o único propósito de ocupar os seus motoristas sem que estes ganhem dinheiro (ou de fazer trajectos ridiculamente curtos, que visam desmotivar os seus aderentes - e durante os quais os passageiros tentam aliciar os motoristas a que se juntem ao Uber.

É certo que no mundo dos negócios muitas vezes se diga que só sobrevivem os mais fortes, e que por vezes isso implica recorrer a técnicas um pouco duvidosas. Mas por muito inocente ou idealista que possa parecer, preferia acreditar num mercado onde as empresas ainda pudessem ter boas relações e saber conviver e concorrer de forma leal. Ou, parafraseando a sabedoria popular, acreditar que que velha máxima "cá se fazem, cá se pagam" acabe por apanhar todos os que recorram a técnicas menos próprias para se sobreporem aos outros.

Actualização: a Uber também acusa a Lyft de usar tácticas idênticas.

3 comentários:

  1. Não percebia o anúncio "Rape o bigode".
    Afinal o bigode com aquele formato/cor é o símbolo da Lyft :)

    'Tá mal! Bem, mas isso é publicidade, já se tem visto pior (nos EUA, cá não seria permitida). Agora, se andam a fazer pedidos de táxis falsos, acho que as autoridades devem intervir. Se quando há concorrência as coisas ás vezes não funcionam, quando não há (nem regulação pública) é pior.

    Com a concorrência, os dois foram forçados a inventar a partilha do preço do táxi entre pessoas que vão no mesmo sentido. O táxi está de facto caro (ou o pessoal a ganhar pouco) e vejo montes deles parados, podia bem ser uma maneira de terem mais trabalho e o pessoal melhores transportes.

    Cá não vai haver conflitos entre a Uber e os taxistas. Só vai poder usar condutores com licença para transporte coletivo de passageiros (taxistas, condutores das carrinhas de hotéis e pouco mais). É provável que tenha que usar serviços das empresas de táxis. E os preços não são mais baixos que os dos táxis tradicionais.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. P.S. Nos EUA não há nada que impeça que um condutor trabalhe para as duas empresas - apesar de a Uber, trafulha, dizer que a lei não permite :)

      Eliminar
  2. Eu sou a favor destas empresas online sempre que estejam registadas como tal, paguem impostos, estejam regulamentadas e os condutores autorizados. Estas empresas falham em pelo menos metade das coisas e têm que ser proibidas de actuar até estarem dentro das normas dos serviços de taxi.

    O barato sai caro, e nem por sombras me meto num "serviço" destes...

    ResponderEliminar