Não há motivo para celebrações, mas a penosa e incompreensível proposta de lei que pretende dar um tacho à SPA à custa de todas as memórias digitais, teve a sua votação adiada por mais alguns dias.
Felizmente, foi decidido que seria necessário mais tempo para ouvir outras entidades (como a ANSOL, a GEDIPE e a APED, que já solicitaram ser ouvidas) e quer isto dizer que ainda perdura uma réstea de esperança de que a razão prevaleça no meio de todo este assunto.
Por todo o respeito que se tenha pelos autores e artistas nacionais (atenção, que autores e as associações que dizem ser seus "representantes" são coisas bem diferentes - como já ficou mais que demonstrado por várias vezes) custa-me a acreditar que qualquer pessoa, artista ou não, possa em boa consciência achar justo taxar todos os consumidores, sempre que estes compram um disco para fazer backup das suas fotos das férias...
A tecnologia existe para que hoje, mais que nunca, se saiba exactamente quantas vezes é ouvida uma música, visto um filme, lido um livro. A única forma justa é a de que todos sejam compensados em função das vendas/acessos que têm. É esse o caminho a seguir, para além de todos os outros que vão permitindo que os fãs interajam directamente com os seus autores favoritos, e que para eles contribuam monetariamente, quer com doações directas quer com compras de conteúdos e/ou outro merchandising.
É favor adaptarem-se aos novos tempos... sem que isso represente taxar de forma obscena todos os portugueses. Mas se tiver mesmo, mesmo que ser assim, então sugiro apenas que esta medida seja adiada até que portugueses tenham rendimentos e nível de vida idênticos ao da média Europeia (que tantas vezes é usada pelos nossos deputados para justificar algumas coisas injustificáveis) - pode ser?
Tudo atrás do mesmo... dinheiro fácil à conta do pobre coitado que compra uns discos e uns cartões para guardar dados pessoais. Enfim, é a m* que temos.
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