2015/06/15

Android One - falhanço imediato ou aposta de sucesso a longo prazo?


Que o Android é imensamente popular; é um facto. Que o seu volume supera toda a concorrência; ninguém disputa. Mas a plataforma do Google sofre também de um grande problema que inevitavelmente se torna numa dor de cabeça: de que não existe uma plataforma Android, mas sim uma manta de retalhos de versões e variações, e onde as actualizações de sistema são, na prática, inexistentes. O Google tem tentado resolver o problema, e uma das mais recentes formas de o fazer foi com o Android One... só que parece não estar a resultar.

A maioria dos smartphones Android que são comprados passam o resto da sua vida sem terem direito a uma única actualização oficial; e o pior que tudo é que isso já passou a ser considerado uma coisa normal. Uma coisa tão normal quanto o facto de actualmente ainda se venderem smartphones com Android 4.4.4, numa altura em que o Google já tem o Android 5.1.1 nos seus equipamentos e já a preparar caminho para o futuro Android M, que chegará daqui por alguns meses.

O Google tem feito os possíveis por compensar toda esta variedade de versões,  libertando funções do sistema e associando-as aos seus serviços Google Play, passando assim a poderem ser actualizados remotamente e directamente pelo Google, sem depender dos fabricantes ou operadores. É isso que permite que mesmo um Android 4.4.4 tenha acesso a praticamente todas as funcionalidades e apps que um Android mais recente. Mas isso não chega para esconder que existe realmente um problema que tem que ser resolvido... e como o Google não pode ter apenas uma linha Nexus, a solução que propôs aos fabricantes foi o Android One.

O Android One é um autêntico programa "Nexus", em que os fabricantes disponibilizam um Android 100% limpo e que terá direito a actualizações vindas directamente do Google. O problema é que os parceiros que têm aderido ao programa não têm tido grandes resultados e parecem estar mais interessados em continuar a apostar nas suas variantes, onde têm liberdade para "impingir" apps patrocinadas ou adicionar algumas alterações ao Android como forma de se diferenciarem dos seus concorrentes.

Nesta fase não parece haver grande incentivo para que os fabricantes adiram e promovam o Android One - aliado talvez a uma falta de conhecimento do público em geral, para quem a questão da "versão Android" e garantias de actualizações é algo que lhes passa ao lado. A grande questão é saber se este falhanço inicial será sinal de um falhanço continuado a longo prazo... ou se a situação se poderá inverter a longo prazo... Afinal, a plataforma Android também se iniciou com um simples modelo disponível, e foram necessários anos para que demonstrasse o seu verdadeiro impacto.

Com a aproximação do Android One à Europa, vai ser interessante ver que tal o público ocidental irá reagir a estes equipamentos e se poderá sinalizar um sinal de esperança para o Android One.

Pessoalmente, dou total prioridade ao facto de um equipamento ter um Android "limpo" e ter garantia de actualizações (o que me tem obviamente dirigido para a linha Nexus)... mas não me custaria nada recomendar Android Ones a quem procurar equipamentos mais económicos, tal como temos feito com smartphones como os Moto E/G que também têm recebido actualizações para as mais recentes versões do Android.

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