2015/09/28

Caso VW relembra os riscos do software proprietário protegido


O caso da falsificação das emissões da VW não só vem gerar um escândalo ambiental, como também vem reacender o debate sobre os riscos de os fabricantes automóveis quererem impedir o acesso ao software usado nos seus automóveis - uma posição que, caricatamente, também é (ou era) apoiada pela EPA, agência que agora originou todo este escândalo.

Com os automóveis a estarem cada vez mais dependentes do software, a opção dos fabricantes tem sido a de tentar evitar que todas as suas falhas cheguem ao público. Quando algum investigador descobre algo, o mais certo é levar imediatamente com um processo para que fique calado durante uns anos, deixando potencialmente milhões de veículos afectados em risco, mas na ignorância dos seus donos.

Para além disso, avançam com os pedidos de que o seu software deverá estar protegido contra qualquer tipo de análise ou investigação, potenciando o acontecimento de casos como o que agora se descobriu, de que o veículos tinham código deliberadamente concebido para enganar os testes de emissões poluentes.


Não me parece que se venham a ter automóveis com software completamente open-source, mas certamente que as repercussões deste caso vão pesar neste tipo de pretensões. E vai também ser interessante como é que isto poderá afectar o desenvolvimento de projectos futuros, como nos carros autónomos, onde o software irá ter cada vez mais responsabilidade sobre o veículo.

Já se está a imaginar que será apenas uma questão de tempo até que um qualquer bug possa resultar num acidente grave ou até em vítimas mortais... e novamente se terá que abordar esta questão de quem se deverá responsabilizar por bugs cujo impacto se faça sentir directamente no mundo real (e já nem me refiro a casos como este da VW, em que o "bug" foi implementado deliberadamente e não por acidente.)

2 comentários:

  1. O mais engraçado de tudo é que quando acabei de ler este texto. Apareceu-me um anuncio da google a um vw no fundo da pagina.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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