2015/10/29

T-Mobile vai dar acesso ao Netflix sem contar para os dados mobile?


Em altura que por cá se vão temendo os abusos que a votação da pseudo-neutralidade da net vai permitir, do lado de lá do Atlântico a T-Mobile vai testando as águas, dizendo que poderá deixar de contabilizar os dados gastos no Netflix e outros serviços de vídeo, nos seus planos mobile.

Este sistema de não contabilização de dados para certos serviços (zero-rating) levanta bastantes polémicas, pois torna-se numa forma de concorrência desleal face a outros serviços. Um utilizador que queira ver um vídeo no Netflix poderá fazê-lo sem problema, mas se o quiser ver no YouTube já terá que pagar por isso. E será por isso interessante ver como é que a T-Mobile vai apresentar este produto.

Por muito vantajoso que possa parecer para os clientes, há que relembrar que só o é enquanto a preferência pelos serviços não contabilizados forem coincidentes com os do operador. Quando um dia desejarem mudar para outro é que irão ver que afinal não é tanto assim.

De qualquer forma, penso que será uma questão de tempo até que também os planos de dados mobile comecem a transitar para planos ilimitados, fazendo-nos esquecer estes tempos em que se tem que contabilizar cuidadosamente cada megabyte que se gasta no smartphone.

3 comentários:

  1. Eu sinceramente não entendo porque uma empresa não pode aproveitar sinergias e oferecer algo diferenciado para seus clientes. Temos o caso do Meo e do Meo Música (ou Vídeos, Jogos, etc.), se são serviços pertencentes à PT porque esta não pode oferecer acesso livre aos mesmos aos seus clientes? A Microsoft oferece armazenamento extra no One Drive a quem subscreve o Office 365, a Apple oferece chamadas e mensagens gratuitas (via internet) para seus utilizadores. Quem deixa de ser cliente Apple ou Microsoft sabe que perderá esses benefícios. Por que uma empresa deve ser privada de oferecer um serviço que a torne mais atraente ao consumidor apenas por não ser neutra? No mundo real na há neutralidades, sempre preferimos mais alguma coisa que outra. Quem quiser Netflix sem tráfego contrata a T-Mobile, mas se um dia está benesse deixar de ocorrer é simples, muda-se para outra empresa.

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    1. Uma coisa é uma empresa oferecer serviços; outra é um operador, que deveria fornecer um acesso indiscriminado e "neutro" à internet, começar a diferenciar o que fornece ou não.

      Na prática, dizer que não se paga por alguns serviços seleccionados acaba por ser o mesmo que dizeres que pagas extra para todos os que não são seleccionados. Ou seja, poderias ver o Sapo vídeos sem pagar, mas para veres YouTube já "pagavas" (por exemplo).

      Levado ao extremo, teríamos um operador a oferecer acesso gratutio ao serviço A, B, C, outro operador a oferecer ao X, Y, Z, e pronto... lá se esfumou por completo a noção de uma internet que trata todos por igual e onde os dados não deveriam ser discriminados. Mais um pouco e voltamos aos tempos da internet "regional", diferenciada entre tráfego nacional e internacional, ou pagamento em função da distância para o servidor...

      É muito bonito olhar-se apenas para o que pode dar jeito hoje... mas basta olhar para o desfecho a que esse caminho nos leva, para se ver que este benefício de curto prazo que nos "oferecem" hoje irá sair bem caro no futuro.


      (Mas, admito que posso ser apenas eu a ser demasiado pessimista, e que os operadores até só estão a fazer isto para nosso benefício e são os nossos melhores amigos... )

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    2. Já para não falar o quão prejudicial que estas práticas são para as pequenas startups, ou têm a sorte de serem apadrinhadas por um operador ou então estão bem fod...

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