2015/10/22

YouTube Red sem publicidade e com conteúdos exclusivos por $9.99/mês


Há meses (anos?) que se fala de uma modalidade paga no YouTube, e finalmente aqui está ela: o YouTube Red, que custa $9.99 por mês e livra os utilizadores da publicidade e lhes dá acesso a conteúdos e funcionalidades exclusivas.

Num mundo onde vão surgindo cada vez mais serviços de streaming pagos (o Netflix acaba de chegar a Portugal), o YouTube Red torna-se na resposta do Google que nos é apresentado como sendo uma forma dos utilizadores contribuírem para os criadores de vídeos que mais apreciam, ao mesmo tempo que desfrutam de vantagens como ver os vídeos sem publicidade, poderem gravar vídeos para visualização offline, ou ouvirem música em modo background (este Red dá também acesso ao Google Play Music, pelo que acaba por ser um misto de Netlflix e Spotify "2-em-1").

Claro que o catálogo do YouTube Red não tem comparação com o de um Netflix, mas o YouTube prepara uma forte aposta em conteúdos exclusivos para os próximos meses, incluindo um tal de "Scare PewDiePie" que colocará o mais popular dos criadores de vídeos do YouTube num programa que será feito pelos produtores de The Walking Dead.

Mas este serviço não está isento de críticas, a começar pelo facto do Google/YouTube obrigarem os criadores de vídeos no YouTube a aderirem ao Red quer queiram quer não (quem não aderir terá os seus vídeos removidos do serviço gratuito) - e, de forma algo mais abrangente, relembra-nos a questão de até que ponto é que os utilizadores estarão dispostos a pagar mensalidades por serviços como Netflix, mais Spotify, mais YouTube, mais isto e mais aquilo. Parece-me que teremos que passar ainda mais alguns anos de "fragmentação de conteúdos", até que o mercado chegue à conclusão de que com estes sistemas só ficam a perder... empurrando utilizadores para a pirataria.



P.S. Por enquanto o YouTube Red está apenas disponível nos EUA.

11 comentários:

  1. Não querendo parecer o "Velho do Restelo" (até porque desde a minha infância sou um "maluco" por computadores e informática, e lá vão duas décadas desde que peguei no primeiro pc) mas creio que estejamos a caminhar muito rapidamente para um mundo digital que compramos serviços e mais serviços, e pensamos que temos álbuns, filmes e livros... e no final não temos nada!
    Porque se deixarmos de subscrever, deixamos de ter acesso a coisas que pensávamos que possuíamos...
    Sou realista, sei que isto que descrevi é o futuro. Mas cada vez mais aposto em comprar coisas que passem a ser realmente minhas. Quer sejam músicas (mesmo as digitais), quer sejam filmes (não precisam de ser dvds ou bluerays) ou livros (estes sim precisam de ser em papel :) )...
    Quero ter coisas que não dependam de uma renda mensal... gostaria de recuar uns anitos e tentar apresentar estes serviços de streaming pagos... seria um choque no meio informático... actualmente é o "normal"...
    (desculpem o desabafo...)

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    1. É uma questão bem pertinente e realista, e que já estava preparado para referir no artigo que estou a preparar sobre o netflix (mas que se aplica a todos os serviços de streaming.)

      Há muitas coisas que são comodas no streaming, mas acaba por ser precisamente isso que dizes, paga-se uma vida inteira, e no final não se tem "nada". Pagou-se apenas pelo acesso e não pelo produto, ao contrário do que era normal antes (pagar o produto).

      Por outro lado, no passado pagavas pelo produto (cassete, ou VHS), depois voltavas a pagar (CD, ou DVD), e depois pagar novamente (Bluray ou coisa); e em breve repete-se a dose, para conteudos Ultra HD.

      Daqui por mais uma ou duas décadas, qualquer conteúdos que se tenha comprado estará certamente num formato obsoleto, tal como hoje se olha para as cassetes VHS.

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    2. Isto é verdade sim senhor. No entanto, se houvesse uma 'loja netflix' a perceção mudava. Quer pagar 10€ para ver o que quiser durante um mês, ou pagar 50€ para ter uma série em blu-ray? Estes preços de subscrição são preços de acesso sim senhor porque caso contrário era preciso pagar muito mais para 'ser dono' do conteúdo.
      Dividindo os 12€ por 4 pessoas estamos a pagar 3€ para ver o que quisermos durante um mês. Acho um exelente negócio.

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    3. Não é a questão dos 12€ por mês. É a questão deste tendência fazer com que se esteja a caminho de pagar: 12 para o Netflix, mais 8 para o Spotify, mais 20 para o espaço na cloud X, mais 15 pelo serviço Y, mais 10 para os updates Z, etc. etc.

      (Atenção que isto não é um problema "exclusivo" do streaming ou da internet. Já tinhamos isto nos canais de TV, há canais que já estão em certos operadores e não noutros; ou também nos jogos exclusivos para certas plataformas; etc. etc)

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  2. Eu creio que há vantagens e desvantagens nos serviços VS pacotes, num mundo ideal existiriam as duas opções com vantagens e desvantagens, como na verdade ainda existe neste momento.

    Há coisas q faz sentido pagar premium, para as ter "para sempre e onde queira" há outras que não faz sentido pq só preciso delas uma vez ou numa fase, ou quero manter-me com a ultima versão.

    Talvez mais preocupantes é a fragmentação, como o Carlos escreveu, se tenho Spotify não quero pagar de novo ao youtube para ter musica + video.

    Creio que é preciso aparecer um Internetofy, que agregará todos os serviços online num unico operador comercial, tipo:
    25€/mes = Netflix + YoutubeRed + Spotify + Dropbox + ... +

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    1. Bem isso é o que a Google já anda a tentar fazer:
      Google play movies, music, youtube, youtube red, google drive.. no fundo estão a ficar em quase todas as áreas do digital.

      Só acho que o serviço teria a ganhar se o youtube music e o google music se fundissem. O google music já mostra videos do youtube mas ainda assim é uma integração muito forte. Uma única app para música.

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  3. O problema é mais, digamos, profundo do que o que é aqui abordado.
    1º) Só se pode realmente considerar subscrever estes serviços, quem tenha uma boa fibra. Por Wifi é para esquecer - por exemplo tenho a vodafone 200Mb e por wifi raramente consigo passar dos 50Mb...
    2º) Qualidade das redes móveis vs Limites de Download.
    Eu desloco-me regularmente para os arredores de Lisboa, tenho NOS e nem rede de telemóvel tenho decente, apesar de estar a poucos kms de uma capital de concelho, numa planicie. Net então, não preciso de descrever... Tenho também cartão de internet (no telemóvel) e é a mesma péssima velocidade.
    Para não falar dos limites...
    Posso subscrever um destes serviços de streaming, mas terei de fazer download dos conteúdos para ver offline (se for em 4K por exemplo, será que o meu operador de internet não me vai barrar quando começar a consumir N TB de informação por mês?).
    3º) Propriedade. Se eu fizer download para ver offline, quer dizer que é meu o conteúdo, ou terei de o apagar, após desistir da mensalidade?
    4º) Mensalidades. E mais custos e mais custos. Vamos chegar ao ponto de os operadores de cabo nos obrigarem a ver apenas os serviços com os quais têm acordo, porque são os únicos que não contam tráfego.

    Podia continuar, mas não aqui :)
    Existem tantos, mas tantos problemas e condicionantes, que quando as pessoas começarem a passar os trials e receberem as facturas, depois falamos do sucesso da coisa...

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    1. 1) O WiFi dependerá do router WiFi que tiveres. Para tirares proveito de velocidades com mais de 100Mbits terás que ter uma rede WiFi "ac". Quanto a isso não há nada a fazer, tal como não se pode criticar não tirar partido de uma ligação de 200Mbps numa rede doméstica de 100Mbps.

      2) Os limites de internet mobile terão obrigatoriamente que ser actualizados, e penso que inevitavelmente terão que progredir até se tornarem "ilimitados" como acontece nas ligações por cabo/fibra (mesmo tendo os tais limites secretos que os operadores tanto receiam em divulgar).

      Quanto à cobertura e qualidade da rede... isso lá está, será variável. Na maior parte dos locais por onde ando, muitas vezes tenho velocidade superiores às que tinha em casa (até ter passado para os 200Mbps). E no upload então, é vergonhoso ter uploads superiores no smartphone do que "na fibra".

      3) Não, tens acesso para o ver, durante X tempo. Depois deixa de ser visivel.

      4) É por isso que é indispensavel garantir as leis de "net neutrality" para que não possa haver discriminação, coisa que infelizmente já se vai infiltrando. Temos tarifários onde nao se contabibilizam certos serviços - e embora os clientes apreciem isso, é uma vertente bastante perigosa...

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  4. Só eu que leio "Tube Red/Red Tube" ?

    Lá vai a google ganhar milhares de views à custa de muitos enganos xD

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  5. A vantagem da subscrição é q se tem acesso a muito mais conteúdos com o mesmo custo. Pode parecer muito mas comparem isso a comprar filme a filme ou música a música? Na subscrição se tiver farto deixo de pagar. Por outro lado, para os produtores é bom pq há menos pirataria e porque são pagos proporcionalmente ao número de consumos. I.e. se comprar um CD de música, pago 20 EUR independentememtr de ouvir 5vezes ou a toda a vida .

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  6. O Youtube Red tem uma grande vantagem que é um serviço de streaming de vídeo e música pois dá acesso á Play Music.
    Logo é muito vantajoso porque se subscreve um serviço equiparável ao Spotify.

    Quanto aos serviços de streaming a questão é simples: se querem apoiar os criadores e consomem grande quantidade de música/vídeo por ano os serviços de streaming são uma forma vantajosa de apoiar os artistas e económicamente mais viável quando se consome acima de um determinado valor por ano.

    Por exemplo, compras um albúm de música por 10 euros. Se comprares mais de 12 por ano compensa-te antes usar um serviço de streaming, além de que este facilita a descoberta de novas bandas e estilos de música que possamos gostar.

    O streaming de séries/filmes é que está muito mais fragmentado que o de música porque enquanto na música tens 3 ou 4 mega-editoras que controlam os direitos sobre 80-90% das músicas que as pessoas ouvem, nas séries/filmes o panorama é muito diferente.

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