2015/11/05

Time Warner ameaça retirar conteúdos do Netflix


A velha guerra entre produtores e distribuidores vai aquecendo, e agora é a Time Warner que diz estar a reavaliar o licenciamento dos seus programas, considerando não os licenciar a serviços como o Netflix ou a Amazon.

É uma situação lógica, e que na verdade há muito nos preocupa. Depois de verem o sucesso que o Netflix tem tido, todas as grandes cadeias, estúdios e operadores, ficam com vontade de simplesmente copiar o modelo, criando os seus próprios serviços de streaming - e obviamente, direccionando os seus próprios conteúdos para lá, de modo a que não sejam vistos em serviços concorrentes.

É por isso que tanto a Netflix como a Amazon têm investido cada vez mais em produção própria, para minimizar a dependência de conteúdos de terceiros, mas bem sabemos que isso não é algo que possa ser feito a curto prazo.

O que sei é que este insistência nos conteúdos exclusivos nos seus próprios canais não poderá ter um final feliz. Será completamente absurdo que estes executivos pensem que os consumidores irão estar dispostos a pagar 10 euros mensais pelo Netflix, mais 10 pelo YouTube, mais 10 pela Time Warner, mais 10 pelo canal X, e mais 10 pelo canal Y. O mercado já mostrou que não é isso que as pessoas querem, e que quando insistem nesse caminho, inevitavelmente resulta precisamente no oposto... as pessoas começam a gravitar em torno de um dos serviços, que se vai tornando cada vez mais poderoso, até que todos os outros se tenham que sujeitar à sua vontade caso pretendam chegar aos seus milhões de potenciais clientes. Por um lado, até é bom que todo este processo aconteça, rapidamente, para que percebam a necessidade de repensar completamente todo o processo de licenciamento e de acesso aos conteúdos, para formas mais adequadas ao mundo moderno - a começar pela igualdade de direito de acesso, independentemente do país em que se está.


Claro que para nós, isto de pouco nos interessa (por agora). Para nos preocuparmos com os conteúdos que vão ser removidos, primeiro temos que os ter - e considerando que temos acesso em Portugal a menos de um décimo dos conteúdos disponíveis nos EUA, não há muito que nos possam tirar. (Embora nada impeça os clientes nacionais de recorrerem a alguns truques - que deveriam ser completamente desnecessários! - para terem acesso ao catálogo do país que desejarem.)

3 comentários:

  1. «O mercado já mostrou que não é isso que as pessoas querem, e que quando insistem nesse caminho, inevitavelmente resulta precisamente no oposto... as pessoas..»

    viram-se para a pirataria!

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    1. A indústria de música aprendeu a lição correcta. As editoras principais disponibilizam os seus conteúdos em todos os serviços de streaming.

      Já as produtoras de séries filmes parece que continuam com a cabeça enterrada na areia...

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