2015/12/03

Produtores e distribuidores ainda não sabem como lidar com o streaming


Depois de muitas décadas com o mercado completamente dominado, a chegada dos serviços de streaming veio causar um autêntico reboliço nos serviços de distribuição - e parece que ainda ninguém se entende quanto à forma de melhor transformar isso em lucro.

No passado, tudo era simples. Os produtores disponibilizavam os seus conteúdos aos distribuidores, e e os canais compravam os direitos de exibição. Depois, era só exibir o programa no dia agendado à hora programada (ignorando-se os atrasos, e os intervalos) e pronto, assunto arrumado.

Só que a tecnologia foi evoluindo, ao ponto de fazer com que a internet, outrora apenas capaz de nos fazer chegar uns sofríveis vídeos em RealPlayer, seja agora capaz de nos fazer chegar conteúdos Ultra HD (que, aliás, de momento não pode ser acedido por qualquer outro meio - tirando alguns poucos canais experimentais). Para além disso, permite-nos também aceder a serviços que, com um simples clique, nos deixam ver centenas ou milhares de filmes e séries, quando e como quisermos.

A isto acrescenta-se a adaptação dos serviços de TV por cabo, que também começaram a disponibilizar serviços on-demand (como darem acesso a conteúdos dos últimos 7 dias como nos nossos operadores) e canais que visam competir com serviços como o Netflix, Hulu, ou o mais recente YouTube Red, que também já anda à caça dos direitos de transmissão para séries e filmes.


E é precisamente devido a estas novas formas de acesso continuado, em vez de apenas num único momento de exibição, que baralha todas as estratégias anteriores.

Antigamente, de pouco servia que um canal tivesse direito a exibir episódios antigos de uma série... pois apenas podia emitir uma coisa de cada vez, e o tempo de antena seria melhor usado com conteúdos recente. Mas, com acesso à "escolha do freguês", ter disponível o máximo de conteúdos, incluindo todas as temporadas antigas de séries, torna-se muito mais atractivo e necessário. Aliás, poderá considerar-se ridículo se um serviço nos deixar ver uma qualquer série actual... mas não nos deixar ver os seus episódios anteriores; ao ponto de até podermos aceitar melhor a estratégia da Netflix, que com a sua política de lançar uma série de forma completa, faz com que fique atrasada uma temporada em relação a quem vai disponibilizando episódios semanais.

Infelizmente, parece-me que esta "guerra" ainda terá muito pela frente até que finalmente todos percebam que a melhor forma de ganhar dinheiro é facilitar os acessos aos conteúdos e não através de os tentar fechar o mais possível. Por mim, era simples: o produtor estabelecia as condições para o acesso a determinado conteúdo, e todos os serviços de streaming tinham igualdade de direitos e tratamento para a sua distribuição e exibição.

2 comentários:

  1. "Aliás, poderá considerar-se ridículo se um serviço nos deixar ver uma qualquer série actual... mas não nos deixar ver os seus episódios anteriores", tipo FOX PLAY. :(

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  2. Não sabem ou não querem saber? Se não sabem, aprendam com os sites ilegais ao invés de os fechar.

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