2016/01/01

2016: o ano da primeira guerra mundial digital?


Enquanto se espera que o nosso mundo não volte a assistir a guerras mundiais como as do século passado, e que os conflitos que ainda persistem se possam vir a extinguir a curto prazo, há outras guerras que se vão travando no mundo digital e que parecem estar a aumentar de intensidade.

Em 2015 tornou-se banal e "normal" que a cada semana se fossem descobrindo novos casos de hacking que roubavam gigabytes de dados às mais variadas empresas, dados que não só contêm informações privadas dessas empresas, como também dados respeitantes a milhões dos seus utilizadores. Estes roubos de dados são apenas uma das vertentes dos ataques digitais; do outro lado temos tido ataques DDoS que são também cada vez mais frequentes e poderosos, sendo capazes de não só impedir o normal funcionamento de um qualquer site uma pequena empresa, como também fazer tremer grandes serviços digitais que dependam da internet para funcionar.

Mas, se será muito preocupante saber que os dados pessoais podem estar disponíveis na internet, e será muito chato que um ataque DDoS possa impedir o acesso aos nossos jogos, filmes, ou bancos online - mais grave é quando estes ataques digitais começam a ter impacto no mundo real. Num dos casos mais recentes, a Ucrânia suspeita que a falta de electricidade que assolou uma região do país tenha sido causada por um ataque deliberado à sua rede de distribuição de energia.

Com cada vez mais dispositivos ligados à internet, este tipo de guerra digital começará a tornar-se cada vez mais atractiva e funcional. Para quê ter que gastar biliões em soldados e equipamentos para atacar um alvo, quando alguns hackers poderão deixar uma cidade ou país em caos, sem terem que levantar o rabo das suas cadeiras, manipulando as redes de energia, de controlo de trânsito (já para não falar dos próprios veículos)?

É uma situação que reforçará cada vez mais a importância da segurança e da necessidade de assumir que "nada está seguro", implementando as devidas formas de protecção e os planos de contingência para lidar com o caso dessas protecções não terem sido suficientes.

Vamos ver que tal o ano de 2016 decorre a nível da segurança digital, mas não me surpreenderia se este fosse o ano em que se venha a assistir ao primeiro caso da primeira grande "guerra digital" entre grupos de hackers (que obviamente negarão qualquer ligação oficial a qualquer país.)

Sem comentários:

Enviar um comentário (problemas a comentar?)