2016/11/20

Os discos rígidos ao longo da História


Os discos rígidos são hoje encarados como "relíquias" que apenas se suportam nos casos em que não temos orçamento para comprar um SSD de capacidade equivalente, mas também é interessante olhar para trás e ver a evolução que este componente essencial nos computadores teve ao longo das décadas.

Quem nos leva nesta viagem ao passado é a Backblaze, empresa que depende de dezenas de milhares de discos para fornecer o seu serviço de backup ilimitado a preço fixo reduzido, e que tanto desespero tem evitado quando as coisas correm mal nos computadores dos seus clientes (lembrem-se de que de nada vale pensarem em backups apenas depois dos acidentes acontecerem - e neste caso essa tranquilidade é algo que está à distância de $50/ano, por muitos terabytes de dados que tenham para guardar!)

O primeiro disco rígido comercial foi o RAMAC da IBM. Em 1956 era o que se poderia chamar uma verdadeira revolução face às vagarosas fitas magnéticas, permitindo o acesso "imediato" a qualquer dado armazenado nos seus 50 pratos de 24" - e que faziam com que esta máquina ocupasse grande parte de uma sala.


No entanto não se deixem impressionar pelo seu tamanho, já que o RAMAC disponibilizava apenas 5MB de capacidade e tinha velocidades de leitura de cerca de 12KB/s! Em comparação, hoje em dia não nos deixamos impressionar por discos de 4 ou 5TB que permitam leituras de 100MB/s. Para além do mais, este RAMAC não era algo que pudesse ser comprado: a IBM alugava-o aos seus clientes pela módica quantia de $3200/mês  - que agora seriam equivalente a 28 mil dólares por mês (até a SPA agradeceria este valor como taxa sobre o armazenamento digital!)

Mas a evolução já se fazia sentir mesmo nesse passado distante...


Em 1962 a IBM apresentava o IBM 1311 "Disk Storage Drive", bastante mais compacto e que podiam levar um "pacote de discos", sendo que cada conjunto tinha uma capacidade de 2MB. Ainda assim estamos a falar de sistemas com tamanho aproximado de uma máquina de lavar roupa...


Só em 1980, com a chegada dos "PCs" é que finalmente começamos a ter os discos modernos como os conhecemos ainda hoje.


A Shugart Technology apresentou um disco de 5.25" com capacidade de 5MB (a mesma capacidade que 25 anos antes ocupada quase uma sala), e que agora ficava disponível num tamanho ultra-compacto e por "apenas" 1500 dólares. Se estão a imaginar o que será feito desta empresa, talvez convenha referir que a Shugart Technology posteriormente mudou de nome para... Seagate Technology - nome que provavelmente conhecerão.


E desde então, é aquilo que sabemos... esses discos de 5MB foram dando lugar a discos de capacidade cada vez maior (no primeiro PC com que trabalhei já tinha um "incrível" disco de 20MB que na altura se pensava que nunca se conseguiria preencher - e não esquecer a quase 1 hora que era necessária para formatar um disco) - mas com esse aumento de capacidade também aumentam as preocupações e responsabilidade relativamente aos backups: se ninguém gosta de perder 5MB de dados importantes, imaginem só quando são 4TB!

Enfim... os discos rígidos podem ser os nossos melhores amigos 99.99% do tempo, mas convém estar preparado para a tal eventualidade dos 0.01% em que se podem tornar nos nossos piores inimigos e fazer-nos desesperar com o pensamento: "mas porque motivo não fiz um backup, que era algo tão simples de fazer?"

3 comentários:

  1. Quando comecei a trabalhar em informática tinhamos um PC Tandon com disco de 40mb... brutal.
    O VAX VMS (mais antigo) tinha um disco de 20mb e ocupava o espaço de duas maquinas de lavar... e aquecia a o WC do meu serviço (estava mesmo ao lado)
    Depois compramos um PC Tower Shine com disco de 80mb se bem me lembro.
    Em casa tinha um Amstrad 1512, sem disco... só duas disquetes de 512.
    Hoje haja Teras e Terabytes...
    Isto em 26 anos, como será daqui a outros tantos ?

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  2. O meu primeiro PC já tinha 15 Gb de disco e 64 mb de RAM e tudo isso pela monica quantia de 300 contos, era cá um máquina.

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  3. Sou sincero, em quase 21 anos, apenas um disco deu de si. Aliás, tenho em casa dos meus pais, um disco de 4.3GB (que veio substituir o de 1GB que "ardeu"), e ainda há uns 4 anos funcionava. Neste aspecto, acho que me posso considerar uma pessoa com sorte. ;)

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