Cyanogen OS e CyanogenMod chegam ao fim

As aventuras do Cyanogen pelos ambientes negociais parece ter chegado ao fim, assim como o sonho de se poder vir a tornar uma alternativa ao Android da Google.

O percurso do Cyanogen tem sido atribulado, tendo nascido de um projecto open-source, mas depois aspirado a mais altos voos. Voos esses que começaram bem, com uma parceria com a OnePlus, mas que depressa resultaram numa zanga, e a Cyanogen Inc depressa descobriu que não era assim tão fácil convencer fabricantes a apostarem no seu Cyanogen OS em vez do Android da Google (nem mesmo após as parcerias com a Microsoft que passariam a estar pré-instalados no sistema).

Os sinais de problemas internos começaram a fazer-se sentir há vários meses, e a dança das cadeiras que se verificou mais recentemente, apenas comprovava que as coisas não iam bem. E agora a situação parece ter chegado ao ponto da insustentabilidade, sendo anunciado que o Cyanogen OS é terminado no final deste ano.

Quem usar um dos poucos smartphones com Cyanogen OS ficará sem direito a actualizações ou suporte, sendo recomendado que passe a utilizar o CyanogenMod open-source. E embora a Cyanogen ainda pareça achar que conseguirá sobreviver à custa dos seus "módulos" para Android, toda esta situação deixará todos os futuros parceiros bastante desconfiados quanto à sua capacidade em manter projectos de longo prazo... Afinal, quem é que vai apostar/investir numa empresa que, a qualquer momento, poderá novamente mudar de ideias e abandonar tudo e todos?

Actualização: afinal o CyanogenMod também vai "morrer", e em seu lugar surge o novo Lineage OS.

É pena... em tempos o Cyanogen quase se poderia ter tornado no Android de referência para todos os fabricantes que não quisessem ceder a todas as exigências da Google... mas a sua desastrosa transferência para "empresa" apenas serviu para destruir a excelente reputação que tinha enquanto projecto open-source.

Dito isto, sem dúvida que Steve Klondik terá aprendido uma valiosa lição, e da próxima vez que ouvirmos falar dele (e não tenho dúvidas de que ouviremos) certamente fará as coisas de outra forma.