EUA deixam cair caso contra pedófilo para não revelarem como crackaram a rede Tor

Não é a primeira vez que nos EUA o Dept. de Justiça deixa cair casos para não revelar detalhes sobre como conseguiu obter informações, mas agora é um caso que envolve um dos maiores sites de pornografia infantil que existia no submundo da internet: o Playpen.

O Playpen era um dos maiores sites de pornografia infantil na internet, mas o FBI conseguiu eventualmente infiltrar-se e ganhar controlo do site, tendo até mantido-o em operação durante cerca de duas semanas, com o objectivo de tentar apanhar os seus visitantes. O problema é que esses visitantes usavam a rede Tor para visitar o site, sistema que à partida deveria garantir o seu anonimato, só que o FBI conseguiu identificá-los... mas não está disposto a revelar como o fez.

Sem dúvida que se pode argumentar que, tendo uma valiosa "arma secreta" capaz de identificar utilizadores "anónimos" da rede Tor, será mais importante manter essa arma, ou arriscar divulgá-la num caso e - quase seguramente, ver os responsáveis pela rede Tor corrigirem as vulnerabilidades que foram exploradas, tornando a arma irrelevante? Mas por outro lado, se essa arma não estiver a ser usada para prender pessoas como pedófilos, e se o custo for deixá-los em liberdade só para que a arma seja mantida em segredo... de que serve que ela exista?

Esperemos que a opinião pública não deixe que este caso Playpen caia no esquecimento apenas pelo desejo do FBI querer manter a sua biblioteca de ferramentas de hacking secreta. Para além de que, a simples suspeita de que as autoridades dos EUA tenham ferramentas que permitem identificar utilizadores da rede Tor (aparentemente infectando-os remotamente com malware) faz com que todos os que tenham algo a esconder depressa adoptem novas medidas para se precaverem contra essa eventualidade.

Por isso... mais vale apanharem os criminosos que podem, hoje, do que estarem demasiado mergulhados no mundo das possibilidades do que poderão fazer amanhã.