2017/07/27
Estudo diz que Memorando de Entendimento Antipirataria em Portugal é exemplo de referência mundial
O Memorando de Entendimento Antipirataria que existe em Portugal pode ser uma afronta para todos os que não concordam com a facilidade de censura que ultrapassa o sistema de justiça, mas está a ser considerado um "exemplo a nível mundial" segundo um novo estudo... encomendado por quem o promoveu.
Segundo o estudo, encomendado pela Motion Picture Association (MPA) e com a participação da FEVIP (Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais), o bloqueio dos sites pirata em Portugal levou a uma redução de cerca de 70% no acesso a sites com conteúdos "ilegais" a partir do território nacional. Como comparação foram usadas as tendências de acesso aos mesmos sites pirata no resto do mundo que, segundo o mesmo estudo, têm vindo a aumentar, assim demonstrando que o sistema de bloqueio implementado em Portugal está a funcionar.
Como é habitual... são muitas as perguntas (e dúvidas) que se colocam sobre um estudo deste tipo, nomeadamente, de que forma é que esta suposta contabilização estará a ser feita. Se os ISPs estão a bloquear estes sites, o passo lógico de quem os quer continuar a utilizar é arranjar formas alternativas de lhes aceder, tanto via servidores DNS alternativos como VPNs, o que dificulta - ou impossibilita - essa mesma contabilização. Isto para não falar que a maioria dos utilizadores já nem se chateia com o acesso aos ditos sites, usando serviços de streaming que lhes permitem ver o que querem sem saberem de onde as coisas vêm.
Teria sido também interessante ver contabilizado, ou pelo menos referido, o potencial efeito que a chegada de plataformas como a Netflix ao nosso país terá tido (a par do Spotify e outros) - não sendo necessário referir que a principal e mais eficiente medida anti-pirataria não passa pelo bloqueio de sites, como tentam fazer passar, mas sim pela disponibilização de serviços que permitam aceder ao que se quer, de forma simples e a preço que os consumidores considerem aceitável.
Mas pronto... temos mais um "estudo" que tenta demonstrar que o bloqueio (inconsequente, que pode ser ultrapassado por qualquer pessoa em Portugal em poucos segundos) é uma excelente forma de acabar com a pirataria, sendo incapaz de reconhecer que apenas está a promover a pirataria... por outros meios.
Talvez um destes dias se veja a MPA e FEVIP a lutarem por coisas como garantir que as plataformas de distribuição têm acesso em condições idênticas a todos os conteúdos, para que um português tenha direito a ver o mesmo que uma pessoa nos EUA ou no Reino Unido... Isso sim, seria uma excelente forma de tornar a pirataria desnecessária...
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEstes bloqueios nem chegam a ser um problema mesmo para os leigos, ora não faltassem por aí guias para tal. Enfim, deixa-los andar.
ResponderEliminarPra tirar musicas agora uso o Youtube, com o Freemake YouTube To MP3...
ResponderEliminarUma simples extensão no Chrome e fica tudo resolvido... enfim! Não aprendem
ResponderEliminarPelo menos por experiência pessoal, foram as alternativas legais que mencionas como Netflix e Spotify que tiveram um real impacto no acesso a conteúdos pirateados. Hoje em dia, tanto eu como muitos amigos só recorremos a Popcorn Times e afins quando é mesmo impossível encontrar o filme/série online legitimamente, normalmente por restrições regionais. É principalmente uma questão de conveniência. Quando a opção legítima é tão fácil e completa como a pirata e o preço é razoável, com é o Spotify por exemplo, pouca gente terá problema a dar o seu dinheiro.
ResponderEliminarMas enfim, lá lhes convém que seja o bloqueio superficial que qualquer VPN ultrapassa...
Com a chegada do Spotify não saco uma música a quase 2 anos tal e a comodidade de ouvir uma música qualquer no carro em casa onde quiser tudo a um clique e uma breve pesquiza agora o resto continuo a aceder à tudo obrigado Google
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