A partir de Abril de 2018 todos os sites de pornografia acessíveis a partir do Reino Unido terão que implementar um processo de verificação de idade para impedir o acesso a menores - como sempre, só se esquecem de dizer como esperam que os sites o consigam fazer.
Quando se pensava que só nos EUA é que os mamilos poderiam por toda uma nação em choque, eis que deste lado do Atlântico temos os britânicos a quererem garantir que os seus jovens não tenham acesso a pornografia na internet. Claro que, como é costume, estes senhores parecem viver num mundo desfasado da realidade, e como tal, nem sequer se preocupam em pensar um pouco no realismo (ou irrealismo) de tal medida. Ou seja, não se preocupem em dizer como é que esperam que os sites cumpram esta tarefa impossível... mas já se preocuparam em definir que as multas podem ir até 250 mil libras para quem não cumprir com... o que não dizem que se terá que cumprir.
As opções em cima da mesa incluem coisas como a exigência de se usar um cartão de crédito para validar que se é maior de idade, mas essa é uma opção que agradará a poucos - já que muitos dos visitantes destes sites preferirão manter-se anónimos, e não apreciarão o facto deles passarem a guardar não só o seu registo, como também um cartão de crédito que poderão debitar a qualquer momento.
Aliás, essa parte de que a verificação de idade (para além de algo tão inconsequente como os actuais "clique aqui se tiver mais de 18 anos") com obrigatoriedade de registo levanta grandes preocupações a todos os defensores da privacidade. Como se comprova de forma quase semanal, não parece haver empresa ou site capaz de resistir a hackers, que inevitavelmente conseguiriam obter estas bases de dados e ficar com uma lista de pessoas que potencialmente poderiam chantagear, ao estilo do que aconteceu com o site Ashley Madison nos EUA.
[combater a pornografia terá ainda menos sucesso que o combate ao abuso de álcool nos jovens britânicos]
Recorde-se que isto já é uma medida que chega após o governo britânico também ter pedido aos ISPs que bloqueassem os sites para adultos, a não ser que os seus clientes desactivem expressamente essa opção de censura - e que não demorou a mostrar os efeitos secundários da censura, ao impedir o acesso a sites de educação sexual e anti-abuso sexual. E, seja lá o que vier a resultar desta exigência, terá que ser implementado até Abril de 2018 o mais tardar, sendo novamente de se esperar algo mal-feito (e que simplesmente não pode ser "bem feito") que vá por em risco a segurança e privacidade dos cidadãos - nem que, para cúmulo, conseguirá ter o efeito pretendido: pois é mais que certo e sabido que um jovem que queira aceder a conteúdos pornográficos, encontrará forma de o fazer, por muitas voltas que tenha que dar.
Se acham que é o tipo de coisa que por cá não pode acontecer... basta relembrar que cá até temos o processo agilizado de censura de sites pirata, que nem passa pelos tribunais, e que também a nossa Assembleia da República já fez a recomendação do bloqueio dos sites pornográficos.
Simples. Fazem os maiores de idade irem cadastrarem-se à segurança social e/ou esquadra local como utilizadores de serviços sexuais. :S... É com cada mente brilhante :P
ResponderEliminarRealmente discordo do cartão de crédito, deveria ser só com o cartão de cidadão do país. Não sei se na Inglaterra já tem cartão de cidadão, mas se não têm, deveriam passar a ter, com autenticação e assinatura digital, e poderiam ter a opção de verificação de idade online via cartão de cidadão.
ResponderEliminarE as empresas deveriam ser obrigadas a colocar numa base de dados pública os nomes completos, país e números de identificação civil e se possível uma foto, para se saber quem é que gosta desse tipo de conteúdos, porque não vale a pena fingir que as bases de dados não são roubadas todos os dias a toda a hora. Depois é só esperar alguém mais radical para os chamar de doentes mentais e os assassinar a todos, por estarem a deliciar-se com a degradação humana, exploração humana, (insiram aqui o vosso motivo favorito).