2017/09/28

UE exige remoção prioritária de "hate speech" senão...


Empresas como o Facebook, Google e Twitter terão que seguir as recomendações ditadas pela União Europeia a propósito da remoção de conteúdos indesejados, ou arriscarem-se a que as recomendações se tornem legislação e a isso sejam obrigadas de forma mais "dolorosa".

A União Europeia definiu um conjunto de regras que incentiva os gigantes da internet a seguirem, e que no fundo pode ser considerado como um guia para a censura escondido por trás de boas intenções. A ideia é que estas empresas disponibilizem uma "via rápida" para remoção de todo o conteúdo considerado ilegal ou indesejado; e que essa classificação possa ser feitas por pessoas ou entidades externas devidamente certificadas como "inspectores qualificados" - sendo que em paralelo deverão também desenvolver sistemas de detecção automático mais eficientes; e que também sejam definidos limites máximos para o tempo que demora a remoção dos ditos conteúdos.

O problema com este tipo de medidas é que depressa as boas intenções começam a entrar em potencial conflito com o bom senso comum. Por exemplo, quem nos garante que os conteúdos indesejados de amanhã não possam englobar áreas que se poderiam considerar desejadas hoje? Ou que a eleição de um determinado indivíduo possa ser seguida por uma expansão drástica do que é considerado indesejado (veja-se algo como o Trump dizer que todas as críticas a si seriam ilegais, e que, como tal, deveriam ser automaticamente removidas... algo que não será tão descabido: bastará perguntar aos chineses, ou norte-coreanos, ou outros...) Qual será o próximo passo da internet; arranjar forma de publicar coisas sem que fiquem dependentes de um qualquer servidor ou site individual que possa ser removido?... Seja o que for, parece-me inevitável que algo assim se venha a gerar em resposta a este tipo de medidas...

A UE dá até Maio para que as empresas implementem as devidas alterações, sendo que nessa altura será reavaliada a situação para averiguar se serão necessárias medidas extras: que eventualmente poderão passar pela transformação das "recomendações" em "legislação.

7 comentários:

  1. Assustador... Afinal o que nos distingue de países como a China ou a Coreia do Norte?? Nós somos bons e eles maus???

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Vai ler as definições de discurso de incitamento ao ódio que ficas logo a perceber as diferenças. A China e Coreia do Norte censuram discurso político normal.

      Eliminar
  2. nada de novo amigos https://www.youtube.com/watch?v=3ql1IP76Srw

    ResponderEliminar
  3. Escusavam de escrever discurso de ódio em inglês no título...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É propositado, pois a definição de "hate speech" engloba bastantes vertentes para além do nosso "incitamento ao ódio"...

      Eliminar
  4. OLHÓ COMUNISMO FRESQUINHO!

    ResponderEliminar
  5. Aposto que os discursos de ódio contra Israel ou contra o Trump não se vão "enquadrar" nesta censura.

    ResponderEliminar