2018/05/21

Escola na China usa reconhecimento facial para avaliar atenção dos alunos nas salas de aula


A China tem aposta em força no reconhecimento facial para um número crescente de aplicações, e nem os alunos nas salas de aula escapam, a avaliar pelo sistema instalado numa escola em Hangzhou.

Esta escola terá instalado câmaras nas salas de aula, associadas a um sistema de reconhecimento facial que permite avaliar o grau de atenção dos alunos. O sistema é apresentado como sendo uma ferramenta para auxiliar o trabalho dos professores, facilitando o processo de marcar o registo de presenças (feito automaticamente através do reconhecimento facial) e avaliar o grau de interesse dos alunos, em tempo real - para saberem se a aula está a ser interessante, ou se há alunos que estejam "desinteressados" (e eventualmente analisar se é um padrão recorrente).



Embora a minha parte "técnica" não possa deixar de imaginar as possibilidades interessantes que tal sistema possibilita, e tudo o que se poderia fazer se se imaginasse estes dados a serem usados para o "bem" (identificar alunos que por qualquer motivo estejam mais desatentos, perceber o motivo disso, direccioná-los para aulas ou cursos mais adequados, etc.); a minha parte realista não consegue evitar pensar o muito mais provável potencial para que tudo isto seja usado de forma "abusiva", atribuindo uma classificação sumária ao aluno em vez de tentar perceber os motivos para tal... e mais um passo numa sociedade "Big Brother" em que se está continuamente a ser monitorizado. Para além de que, mau será se um qualquer professor não saiba, na sua sala de aula, quem é que está com interesse, desinteresse, etc.

Talvez, em vez de se achar que seja necessário meter câmaras nas salas de aula para que o professor possa saber se há alunos a dormir, fosse mais eficiente simplesmente reduzir o número de alunos por sala, para que um professor não tivesse dificuldade em acompanhá-los com maior proximidade e adequar as aulas em função das necessidades de cada um... Afinal; se se diz que há professores em excesso, bastava fazer turmas de 10 alunos (em vez de 30 ou mais) que ficava logo o problema resolvido... Ou será que o verdadeiro problema é não se querer que as próximas gerações saiam das escolas "demasiado" instruídas?

7 comentários:

  1. Sem dúvida concordo inteiramente com o artigo.

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  2. Vejam as coisas de outro prisma: Em menos de duas gerações, a China terá uma das melhores taxas de aproveitamento escolar do planeta.
    A maior potência (não só económica) do planeta será a China.

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  3. Vitor, o preço a pagar por esse suposto desenvolvimento é muito alto, não deveria sequer ser equacionado.

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  4. se fosse só nas escolas :) basta ver amigos, fujam do comunismo https://www.youtube.com/watch?v=ZN1CwDjHGVY

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  5. Mário, boa tarde, infelizmente não é só nos regimes comunistas, aliás a China neste momento não é um regime comunista, não estou a defender os regimes comunistas pelo contrário fujo deles o mais rápido que me for possivel, mas se verificares bem no vídeo o BIG BROTHER e os seus ticks com algumas nuances diferentes de País para País estão grosso modo a serem implementados em quase todas as sociedades modernas, mas todos eles são muito preocupantes e o que será feito de toda esta informação e para que fins ainda o é mais, se verificarmos o caso mais agudo aparentemente parece ser o Chinês, mas eu não me fiaria muito nos restantes Países, até porque depois desta informação toda ser colectada é uma autentica devassa da nossa privacidade e depois de recolhida nada mais é o mesmo , as democracias passam pelas suas crises há muita alternância e nunca sabemos os que virão para o poder poderão fazer com toda esta informação.
    Penso que é chegado o tempo de grupos de cidadãos nas diversas democracias espalhadas pelo Mundo colocarem em prática aquilo que está inscrito de variadas formas nas diversas constituições dos diversos Países, isto é um atentado aos direitos há nossa privacidade e constitui uma devassa da nossa vida sem paralelo em toda a história da Humanidade.

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  6. É uma boa ideia para avaliar os professores, se o aluno esta desatento culpa dos professores. A escola é obrigatória, não se escolhe não ir a escola, assim sendo se o aluno esta desatento o professor poderia mudar o metedo de ensino e fazer com que seja mais interessante aprender.

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  7. Não me interpretem mal. Nunca estarei do lado das ditaduras, sejam elas de esquerda ou de direito (ou do 'raio que as partam')!

    O que quis tentar fazer ver é que o maior de todos os desafios está mesmo no nosso lado (os que defendem a democracia) e está cada mais mais desafiador (passe a redundância).

    É muito difícil para as democracias conseguirem "batalhar" em paralelo com as ditaduras quando se sabe que as ditaduras fazem batota a torto e a direito (e este artigo demonstra bem onde essa batota está a ser aplicada).

    O problema mesmo é que em poucas gerações, teremos profissionais chineses capazes de vir para os nossos mercados e tomarem muitos dos nossos lugares nos mercados de emprego, da investigação, da educação, etc...

    A estratégia deles não observa muitos direitos ao indivíduo, mas é inegável que está a tentar criar indivíduos que possam estar vários patamares acima daqueles que as democracias neste momento conseguem "produzir".

    A democracia é sem dúvida alguma a forma mais fantástica que até agora a humanidade encontrou para entregar às populações o direito de escolher quem pretendem que os governe e de os mandar embora caso não gostem deles, mas convenhamos que...

    Um dos direitos que as democracias permitem que se goze é o direito de se ser idiota, e, quer queiramos, quer não, isso é o que explica auto demissão do dever de pensar, raciocinar e decidir dignamente, o que leva à eleição de políticos como o Trump, o Netanyahu, etc...

    O que pretendo dizer é que, em alguns aspetos das sociedades, as ditaduras conseguem ser mais eficientes do que as democracias.

    Não faço apologia da ditadura, mas reconheço que em certas áreas, as ditaduras conseguem obter mais eficiência a curto prazo que as democracias.

    As democracias necessitam de conseguir estudar os (aparentes?) casos de sucesso das ditaduras e desenvolver métodos para conseguirem obter resultados mais eficientes, mas não à custa dos direitos básicos dos seus cidadãos.

    P.S. - Sim, também há algo que me deixa perplexo: Com tanto dinheiro gasto em tantas áreas da sociedade de forma ineficiente, como é que por cá, ainda não pensaram em colocar mais professores e menos alunos por turma?
    Se está provado que isso permite obter cidadãos mais bem preparados e com muito maiores níveis de escolaridade, porque é que continuamos na cepa torta...?

    É nisso (e noutros aspetos) que os Chineses virão dar cartas a nível global daqui por uns 20 a 30 anos!

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