Espaço com excesso de estrelas deverá ser desprovido de vida

Olhando-se para a imensidão de estrelas no Universo é praticamente impossível não imaginar que algumas delas contarão com sistemas planetários onde possa existir vida, mas contrariamente ao que se poderia imaginar, as secções mais sobrepovoadas não deverão ser um desses locais.

Existem partes do Universo onde temos milhares e milhares de estrelas agrupadas num espaço relativamente reduzido, e embora as imagens destes aglomerados globulares sejam impressionantes, alguns investigadores argumentam que tal proximidade entre tão grande número de estrelas deverá impedir a existência de vida.

Veja-se o caso do nosso sistema solar, cuja estrela mais próxima - Alpha Centauri - está a uns confortáveis 4.22 anos-luz, tornando-a numa vizinha pacífica que em nada interfere com os nossos planetas. Pelo contrário, o aglomerado de Omega Centauri conta com 10 milhões de estrelas, com uma distância média entre elas de apenas 0.16 anos-luz. Estas condições fazem com que haja "encontros próximos" entre estrelas a cada milhão de anos, com enormes perturbações gravíticas nos sistemas planetários respectivos: um planeta numa zona propícia à vida pode ser subitamente projectado para uma órbita completamente diferente, ou colidir com outros, etc.

Considerando que o processo de evolução de organismos vivos complexos leva milhares de milhões de anos, as condições em tais aglomerados fazem com que seja extremamente difícil haver a estabilidade necessária para que tal aconteça. Felizmente... o Universo é suficientemente vasto para que não faltem zonas mais calmas, como a nossa, onde haja melhores condições para isso. :)