2018/12/26

Remoção de vídeos do YouTube e Facebook dificulta investigação de crimes de guerra


Numa altura em que na Europa vamos caminhando para a aplicação de filtros de censura em todos os conteúdos, há quem já vá alertando para a facilidade com que se podem eliminar crimes de guerra nas plataformas digitais através da remoção desses conteúdos.

Estamos habituados a encontrar tudo o que se queira no YouTube, e isso acaba por funcionar como um verdadeiro retrato da nossa sociedade a cada instante, tanto para as coisas boas como para as más. Embora ninguém deseje encontrar atrocidades nesta plataforma (ou qualquer outra), a verdade é que esses registos se tornam de valor incalculável para os investigadores que têm por missão apurar os factos e tentarem que seja feita justiça.

Os portugueses poderão recordar ainda a importância que a divulgação de imagens deste tipo podem ter, com o efeito que o vídeo do Massacre de Santa Cruz em Timor teve para o futuro do país. O que aconteceria se esse vídeo tivesse sido enviado por um local para o YouTube, para alertar o mundo do que por lá estava a acontecer, e se deparasse com um aviso de que não poderia publicar o vídeo por o conteúdo ser demasiado violento, ou que por acaso até estivesse a passar uma música popular na rádio e que não era permitido devido aos direitos de autor?

São situações extremas, é certo... Mas não deveriam estas situações ser salvaguardadas, por se tratarem precisamente de questões de vida ou de morte? Diz a velha máxima que a História é escrita pelos vencedores, e que quem se esquece dela está destinado a repeti-la. Por muitas vantagens que o universo digital nos vá trazendo, há que estar consciente de que simultaneamente também facilita a eliminação de tudo aquilo que seja considerado indesejado...

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