2019/01/06

Utilização de smartphones por crianças sem efeitos nocivos comprovados


O Royal College of Paediatrics and Child Health (RCPCH) britânico diz que o suposto efeito adverso da utilização de smartphones e tablets por crianças tem sido exagerado, e que na realidade não existe qualquer efeito prejudicial comprovado.

A instituição britânica diz que não encontrou qualquer efeito causal entre a utilização de smartphones, tablets, e até o tempo passado a ver TV, e um impacto negativo na saúde das crianças. No entanto, alerta para potenciais efeitos secundários que isso poderá ter: crianças que passem o dia em frente a um smartphone ou tablet poderão ser menos activas fisicamente, ou exagerem nos "snacks", ou eventualmente ficarem expostas a cyberbullying - mas nada que seja directamente causado pela exposição aos ecrãs.

O RCPCH nem sequer conseguiu determinar um tempo limite recomendado para a utilização destes equipamentos, relembrando que também são ferramentas importantes para que as crianças aprendam, e por vezes até fazendo parte das ferramentas de trabalho para as actividades escolares.

No fundo, os tablets, smartphones e TV acabam por recair no âmbito global do processo educativo dado pelos pais, e que se aplica a tudo: quer sejam livros, jogos, filmes, ou até o tipo de companhias ou actividades dos filhos. Importa os pais estarem atentos para não permitirem situações abusivas ou excessivas, mas não há motivos para tratar os smartphones ou tablets como um "bicho mau" que se tem que manter afastado das crianças.

7 comentários:

  1. Até porque qualquer um de nós nunca teve dores de cabeça por estar demasiadas horas à frente de um ecrã, e como somos adultos, estamos muito mais atentos à moderação. Então damos o ecrã a uma criança..

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    1. Já tive dores de cabeça por muitas coisas, mas por estar à frente de um ecrã não (e já lá vão várias dezenas de anos, com mais de 8 horas de ecrã por dia - e algumas das décadas eram com os "fantásticos" CRTs). Não se pode, nem deve, generalizar.

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    2. Tinha-te um pouco mais em consideração. A questão aqui é que tu de certeza absoluta que conheces alguém que já teve dores de cabeça relacionadas com demasiado tempo á frente de um ecrã, e no entanto numa tentativa desesperada de justificares a noticia que postaste, usas-te a TI como exemplo para provar que mais que 8 horas por dia a olhar para um ecrã não faz mal a NINGUÉM. É como o velhinho de 80 anos que fuma 2 maços por dia e "nunca tive cancro". Pode-se e deve-se GENERALIZAR uma vez que estás a dar carta branca para os pais em GERAL que estavam na dúvida se dar um tablet ao filho de 3 anos lhes podia fazer mal aos olhos por ex, e agora apresentaste-lhes um estudo com o qual tu, que estás dentro do assunto da tecnologia há anos e no qual eles confiam, para o fazerem de consciência limpa.
      Não sei se reparaste mas até no teu texto te contradizes, primeiro dizes "O RCPCH nem sequer conseguiu determinar um tempo limite recomendado para a utilização destes equipamentos, relembrando que também são ferramentas importantes para que as crianças aprendam, e por vezes até fazendo parte das ferramentas de trabalho para as actividades escolares." ou seja, nem há limite de horas recomendado porque eles ás vezes até são obrigado a usar ecrã para fazer os trabalhos de casa. E no fim dizes "Importa os pais estarem atentos para não permitirem situações abusivas ou excessivas" Então é preciso estar atento, ou nem há tempo limite recomendado?
      Não duvido que a tua intenção aqui é boa, estás a mostrar um estudo que saiu sobre um tema com o qual as pessoas se preocupam. A questão é a primeira frase da conclusão do estudo é: "There is considerable evidence that higher levels of screentime is associated with a variety of health harms for CYP, with evidence strongest for adiposity (=fattiness), unhealthy diet, depressive symptoms and quality of life." E quando se dá um smartphone a uma criança vai ser quase impossível que ela não vá ter "higher levels of screentime", é uma questão de bom senso. E é isso que fazes querer quando o titulo é "Utilização de smartphones por crianças sem efeitos nocivos comprovados".

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    3. Não há necessidade de ficar ofendido. Estamos a discutir um assunto como adultos. Foste tu que começaste com a generalização de que se fica com dores de cabeça em frente ao ecrã, como se isso fosse uma garantia ou dado assumido - coisa que não é. É precisamente por generalizações dessas que se podem criar ideias erradas com base em "mitos". (Poderíamos fazer o mesmo por quem passar muitas horas a ler um livro e ficar com dor de cabeça; ou muitas horas a conduzir; ou a tricotar; ou a limpar a casa; etc. etc...)

      Eu, como em tudo, acho que deve imperar o bom senso, independentemente de haver estudos a favor de uma coisa ou outra. Não é por nos dizerem que o WiFi e redes 3G/4G/5G são seguras que vou meter um hotspot wifi na mesa de cabeceira ou dormir com o smartphone encostado à cabeça.

      O que este estudo vem dizer é que (ainda) não foi encontrada uma relação directa entre o tempo em frente ao ecrã e potenciais malefícios directos - mas alertam para as consequências indirectas.

      Novamente... importa haver bom senso, e não culpabilizar aquilo que é uma "ferramenta", do mau uso - ou abuso - que se possa fazer dela.

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    4. Outro estudo que diz que estão a haver alterações, mas que também falta determinar se serão mesmo devido aos ecrãs (e se serão negativas ou positivas).

      https://www.cbsnews.com/news/groundbreaking-study-examines-effects-of-screen-time-on-kids-60-minutes/

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    5. https://techcrunch.com/2019/01/14/turns-out-the-science-saying-screen-time-is-bad-isnt-science/

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  2. https://bmjopen.bmj.com/content/bmjopen/9/1/e023191.full.pdf

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