DisplayPort 2.0 apanha boleia do Thunderbolt 3 para resoluções 8K+

Temos falado de como tem sido difícil fazer chegar as resoluções sempre crescentes aos monitores a frequências elevadas ou em HDR, mas o DisplayPort 2.0 dá um salto significativo na largura de band disponível, que permitirá respirar de alívio por mais algum tempo.

Estamos a chegar a um ponto em que a incrível quantidade de dados que é preciso enviar para um monitor já começa a obrigar a recorrer à compressão DSC. Mas no DisplayPort 2.0, apesar de o DSC passar a ser um requisito obrigatório, não será necessário por enquanto. Isto porque o DP 2.0 dá um salto significativo a todos os níveis, passando dos 25.92Gbps que se tinha nos DP 1.3 e 1.4 para 77.4Gbps - é uma largura de banda três vezes superior!

Quer isto dizer que, enquanto o DP 1.3/1.4 apenas podia suportar resoluções 4K@120Hz ou 8K@60Hz (com DSC), o DP 2.0 lidará sem dificuldade com resoluções de 8K@60Hz HDR (sem DSC), 4K@144Hz HDR, 2x 5K@60Hz, ou até resoluções superiores a 8K (e com possibilidade de expansão caso se use a compressão DSC).

Curiosamente - ou não - em vez de tentar reinventar a roda para conseguir esta largura de banda, a Associação VESA optou por utilizar tecnologia já existente como base para o DP 2.0, que neste caso é o Thunderbolt 3.0, mas adaptada para a utilização nesta função (comunicação unidireccional a 80Gbps em vez de Full Duplex bidireccional a 40Gbps).

O DisplayPort 2.0 conta ainda com outras vantagens, como a possibilidade de enviar apenas informação sobre uma área parcial do ecrã onde haja alterações, e que permitirá poupar energia em portáteis ou equipamentos móveis. Agora será apenas uma questão de tempo até que o mercado evolua no sentido de nos trazer as primeiras placas gráficas e monitores DisplayPort 2.0, algo que só deverá acontecer no segundo semestre de 2020 - e isto já considerando a ajuda de usar o Thunderbolt 3 como base, o que permitirá aos fabricantes acelerar o desenvolvimento dos seus produtos.