2020/10/28

Análise ao Huawei MateBook 14

A Huawei já mostrou que sabe produzir portáteis e este MateBook 14 é mais uma confirmação deste facto, com a marca chinesa a apostar na base que lhe tem garantido um já considerável sucesso junto dos consumidores.

Unboxing

O Huawei MateBook 14 apresenta-se numa caixa de cartão, organizada em duas zonas. Uma principal com o portátil e uma secundária, na lateral direita, com o carregador e cabo USB-C, sendo que este é removível, podendo ser utilizado para transferência de dados.


O carregador, com uma potência máxima de 65W, numa relação de 20V/3,25A , consegue carregar a totalidade da bateria de 56Wh em cerca de 90 minutos. Segundo a marca, bastam 15 minutos para garantir 3 horas de "utilização em escritório".


O MateBook 14

Comparativamente ao MateBook 13 analisado anteriormente, este MateBook 14 segue as mesmas orientações em termos de design, se bem que com algumas alterações significativas em termos de portas.

O chassis metálico consegue ser extremamente elegante, graças a umas linhas bastante simples, ao mesmo tempo que transmite uma sensação de robustez. O logótipo da marca já não marca presença na traseira do ecrã, a qual apresenta apenas o nome, mais um vez com o minimalismo a marcar posição.

A base apresenta uma tampa, também ela em metal, com duas fitas em borracha para melhor aderência. Uma grelha a quase toda a largura garante a circulação do ar, duas grelhas nas laterais servem para a saída de som.

Curiosamente, nem tudo é metal no corpo deste portátil, com a Huawei a utilizar plástico para as placas laterais que cobrem as portas e para a dobradiça que serve o ecrã. Uma queda, com impacto nesta zona lateral não deixa antever um resultado muito agradável, sendo muito provável que o plástico quebre na zona de impacto.

A tampa traseira é removível, mas infelizmente apenas para alteração do SSD e placa WiFi, com a memória RAM a estar soldada e a não permitir a sua expansão.

Na parte frontal temos uma reentrância que facilita o levantar do ecrã, se bem que seja sempre necessário utilizar uma segunda mão, para que a base não vá atrás do ecrã.


Do lado esquerdo, a porta USB-C para carregamento, uma entrada para um jack de 3,5mm e uma porta HDMI.

À direita, duas portas USB, uma 2.0 e outra 3.0.

O Matebook 14 mede 307.5 x 223.8 x 15.9 mm e pesa 1,53Kg. O teclado ocupa a quase totalidade da largura do portátil, ficando com uma margem na ordem de 1cm de cada lado. O TouchPad aparece numa zona central, enquadrado pelo teclado. Tem dimensões generosas, sobretudo em termos de largura.

O ecrã de 14" ocupa 90% da área disponível, com as margens a terem cerca de 5mm, com a inferior a ter cerca de 1cm. Tem uma resolução de 2160x1440 pixels com 185 PPP e relação 3:2. Em termos de cor, suporta 100% sRGB, tem um contraste de 1000:1 e um brilho de 300nits. Tal como tem vindo a ser norma nos equipamentos do segmento premium da Huawei, este é um ecrã touch com detecção de toque até 10 dedos em simultâneo.

No que diz respeito ao processador, há duas opções: o Intel i5-10210U ou o i7-10510U, ambos de 10ª geração. A memória vem soldada, não sendo possível o upgrade, havendo por isso que optar logo de início por 8GB ou 16GB LPDDR3 2133 MHz. Curiosamente, o SSD PCIe só tem uma opção, 512GB. A completar o conjunto, temos uma gráfica dedicada GeForce MX350 com 2GB GDDR5, WiFi 802.11a/b/g/n/ac e Bluetooth 5.0.

A câmara passou para o teclado, sendo activada pela pressão de uma tecla. Esta localização, permitiu encurtar a margem superior do ecrã para os 5mm acima referidos.

A versão em análise, tem um processador Intel i7-10510U e 16GB de RAM.


Em utilização


O processador intel i7 10510U, com uma frequência máxima de 4,3GHz para os quatro núcleos, não consegue operar mais do que uns breves segundos a esta velocidade, baixando rapidamente para menos de metade quando a temperatura do CPU chega aos 90ºC. As ventoinhas fazem-se ouvir, se bem que de forma relativamente modesta. A base aquece em conformidade, mas apenas do meio para a esquerda, algo que irá ser um problema nos dias mais quentes.
A gráfica integrada, como é habitual neste tipo de equipamento, acaba por não acrescentar grande valor. É suficiente para jogos em baixa resolução, mas este é um equipamento para produtividade, nomeadamente para edição de texto e navegação nas redes sociais. Vídeo ou jogos não são o terreno em que se sente mais confortável, motivo pelo qual a Huawei poderia ter optado por usar apenas o GPU integrado e dispensar esta Nvidia modesta, baixando o preço final do produto.

O ecrã apresenta um nível de brilho suficiente para ser operado em zonas com forte luz solar, se bem que dependente da orientação. Os reflexos podem tornar-se demasiado incomodativos, dificultando a visualização dos conteúdos.

O teclado segue a linha que a Huawei tem vindo a apresentar nos seus portáteis. As teclas têm uma dimensão dentro do que é o padrão habitual num teclado "full size", retroiluminado, se bem que o brilho máximo poderia ser mais forte. As teclas de função, disponíveis quando a tecla Fn estiver activa, são partilhadas com um leque alargado de funcionalidades. A tecla de Fn, quando combinada com as teclas de cursor, dá igualmente acesso às funções de "Início", "Fim", "Página acima", "Página abaixo", sendo que estas acções não aparecem inscritas nas teclas.

No canto superior direito da base temos o botão de power, com sensor de impressões digitais que permite o desbloqueio do MateBook 14. De referir que basta um toque para que as duas funções deste botão sejam executadas (ligar e reconhecer a impressão digital), não sendo por isso necessário um segundo toque para identificar o utilizador perante a máquina. O touchpad, com uma largura generosa, reconhece os gestos do Windows 10, pelo que a navegação fica facilitada. É preciso na detecção do movimento do dedo, permitindo um correcto ajustamento da posição do cursor.
A câmara segue uma opção já anteriormente apresentada pela marca em outros equipamentos, com este periférico a estar oculto por baixo de uma tecla. A câmara apenas surge quando se pressiona a teclad, permitindo mantê-la oculta sempre que não for necessárias e assim dispensando o recurso a "tapa-câmaras" para garantir a privacidade. Como ponto menos positivo, o ângulo de captura de imagem, que deixa de ser frontal para aparecer de baixo para cima, algo que poderá não apresentar a melhor perspectiva de todos os utilizadores.

Tendo em conta as últimas análises efectuadas, a autonomia estava longe de ser um campo onde se aguardavam surpresas, mas a utilização ao longo de algumas semanas acabou por me surpreender. Com o brilho a 60% e a opção "desempenho melhorado" seleccionada, no habitual modo de escrita, acesso às redes sociais, edição simples de imagem e consulta do email, o MateBook 14 conseguiu gastar entre 11% e 12% de bateria por hora de utilização. Este valor pode baixar para os 8-9% no modo de poupança de energia, com os últimos 10 a 20 % de carga a renderem mais de duas horas de utilização, o que permite prolongar a autonomia para lá das 8 horas de utilização. Um valor bastante interessante, sobretudo se tivermos em conta o padrão médio de autonomia das máquinas que temos vindo a analisar. Como extra, o facto de poderem utilizar um powerbank para carregar o portátil, algo sempre útil quando estamos longe de uma tomada eléctrica.

No que diz respeito a software, a marca seguiu a política que tem vindo a apresentar, não havendo bloatware pré-instalado, opção que naturalmente se saúda. O Huawei Share é a ponte para os smartphones da marca, permitindo uma interacção cada vez mais rica e fácil de utilizar, transformando o telefone no companheiro ideal para o portátil, com o utilizador a poder passar informação entre os dois equipamentos de uma forma extremamente simples, bastando arrastar os conteúdos para o destino desejado.


Apreciação final


Em equipa que ganha, não se mexe. Este poderia muito bem ter sido o lema seguindo pela Huawei, que apresenta este MateBook 14 como uma evolução sustentada dos seus portáteis. O design não sofre grandes alterações, o número de portas foi revisto para aumentar a flexibilidade de utilização do equipamento e o hardware está ao nível do que se exige a um equipamento de topo, como é o caso deste portátil.
Em termos de desempenho, apenas a apontar o underclocking do processador quando sujeito a uma carga mais prolongada no tempo. Numa utilização "dita normal", esta não será uma questão perceptível para o utilizador, que por esta razão até poderá optar uma versão do MateBook 14 com o processador Intel i5 em vez do i7. O ecrã apresenta uma boa qualidade de imagem, mas a luz solar directa poderá dificultar a visualização dos conteúdos no ecrã. O facto de se tratar de um ecrã touch poderá ser um ponto a favor para quem já tenha convertido às vantagens que esta tipologia de ecrã disponibiliza.

O teclado permite uma boa cadência de escrita, com o curso das teclas a ser ligeiramente superior ao normal. O touchpad é confortável em utilização, detectando a correcta execução dos gestos, o que facilita a interacção com o Windows. Para o desbloqueio do equipamento, tendo em conta que a câmara vai estar na maioria das vezes oculta, o sensor de impressões digitais torna-se ainda mais prático. É preciso na leitura, bastando apenas um toque para ligar o equipamento, pois a autenticação do utilizador fica desde logo assegurada pelo reconhecimento da impressão digital.

A autonomia acabou por ser a grande surpresa, com o MateBook 14 a portar-se muito bem, conseguindo ultrapassar as 7h de utilização, sem que se tenha de reduzir consideravelmente o nível de desempenho ou o brilho do ecrã. Os últimos 10-20%, num modo de utilização mais poupado, acabam por não ter impacto na maioria das tarefas, permitindo cerca de duas horas extra de autonomia. O MateBook 14 passa assim com distinção nesta análise, sendo merecedor de um muito desejado "ESCALDANTE", onde apenas o milhar de euros a pagar no momento da aquisição, poderá fazer o consumidor pensar duas vezes. Se for esse o caso, a unidade com o processador Intel i5, poderá ser uma opção a ter em conta.


Huawei MateBook 14
Escaldante

Prós
  • Qualidade de construção
  • Desempenho global
  • Funcionalidades extra para os smartphones da marca

Contras
  • Underclock do CPU em carga
  • Ângulo de captura da câmara

Huawei MateBook 14

Escaldante (5/5)

5 comentários:

  1. Eu nesta altura não compro portáteis com processador Intel
    Os processadores Ryzen 2 têm melhor performance, consumos mais baixos (e maior autonomia do portátil para baterias iguais) e preços muito mais baixos.
    E o tempo verbal de "não compro" é mesmo o correcto... só ainda não comprei portátil porque o processador que quero está completamente esgotado ....
    É uma pena que a grande maioria das marcas ainda estejam a apostar em processadores Intel para as games médias/altas e haja tão poucos modelos com Ryzen 2

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    1. Curiosamente, ou não, a Huawei já lançou uma versão deste equipamento com um processador AMD.
      Quanto ao consumo, só depois de testar :)

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    2. Não existem processadores Ryzen 2. Só 3, 5, 7 e 9.

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  2. Ryzen 2 é a arquitectura.....

    Tens os processadores 3, 5, 7 e 9 de ambas as arquitecturas... com grande disparidade entre arquitecturas.

    E a AMD deve estar para lançar os Ryzen 3 (arquitectura)

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    1. O que queres dizer é que são Ryzen da 2ª geração e com uma arquitectura diferente. e não Ryzen 2.
      https://www.amd.com/pt/where-to-buy/2nd-gen-ryzen

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