Chrome vai sincronizar passwords mesmo sem sincronização activada

A Google está a mudar a forma como o Chrome partilha passwords e dados de pagamento entre dispositivos, mesmo para quem não usa a sincronização do Chrome - e nem todos estão contentes.

O Chrome vai começar a fazer o preenchimento automático de dados de pagamento e passwords, nos diversos equipamentos onde for usado, independentemente dos utilizadores terem ou não activado a opção de sincronização. Até agora isto era algo que só era possível para quem tivesse activado a opção de sincronização no Chrome, mas a Google diz que para facilitar a vida aos utilizadores, também o irá fazer mesmo para quem não tiver activado a sincronização, ficando a informação associada à sua conta Google.

Os utilizadores continuarão a ter a opção de gravarem passwords apenas para o dispositivo em questão em vez de ficar associado à sua conta, mas a verdade é que isso acaba por ir contra a "simplicidade" que a Google diz ter estado na origem desta alteração.

O que é certo é que, com isto, a opção de sincronização acaba por se tornar redundante e desnecessária, e vem dar razão aos que alertavam para que a opção de sincronização era apenas um passo intermédio para que as informações fossem parar à Google, mesmo que não se quisesse partilhar esses dados com eles.

Two years ago, Google modified Chrome to automatically sign users in without their consent. But, we were told, this wouldn’t send your content to Google — that would still require users to press the “sync” button.

Shocker: guess what’s happening now. https://t.co/MOPQbjFlWr

— Matthew Green (@matthew_d_green) December 9, 2020

Para todos os que usam o Chrome e já davam uso à sincronização das passwords e dados, nada muda. Mas para os que iam usando o Chrome tentando não enviar informação para a Google, as coisas poderão tornar-se mais complicadas - mas, se for este o caso, não faltam alternativas Google-free que continuam a ser baseadas no Chromium, e que vão desde o Edge da MS (não que seja a opção mais lógica para quem quiser manter a privacidade) a browsers que desde logo se assumem como sendo anti-tracking, como é o caso do Brave - e isto para não falar de outras alternativas não-Chromium como o Firefox.