A Red Hat está a causar novo reboliço no panorama Linux, transformando o popular CentOS numa versão experimental para desenvolvimento de novas funcionalidades, tornando-o desadequado para quem o usava como sistema estável de longa duração.
Uma vez que não me sinto suficientemente à vontade para aprofundar estas questões do Linux, recorri à ajuda do meu amigo Manuel Silva do Porto Linux, que poderá explicar o que se passa, e a quem agradeço a disponibilidade e colaboração.
Após ter surgido em 2004 como uma distribuição para utilização empresarial baseada nos pacotes do código-fonte do Red Hat Enterprise Linux, o CentOS Linux atingiu uma grande popularidade e encontra-se neste momento disponível em inúmeros fornecedores de serviços centrados na cloud. No passado dia 8 a Red Hat, que em 2014 tinha assumido o controlo do projeto, decidiu mudar o rumo e transformar o CentOS numa espécie de laboratório para experimentar novas versões e produtos, doravante designado CentOS Stream.
O CentOS 8, lançado em Setembro de 2019 (com um atraso significativo face ao produto comercial em que se baseia, que fora lançado em Maio desse ano), viu o seu tempo de vida encurtado e deixará de ser suportado no final de 2021. A única versão para a qual estão estimadas actualizações de segurança após essa data é a versão 7, que à partida contará com esse tipo de actualizações até Junho de 2024. A título de curiosidade, o CentOS 7 foi lançado em Julho de 2014, apenas um mês após o lançamento do produto comercial em que se baseia (Junho 2014).
Esta alteração de rumo poderá conduzir a mudanças significativas no mapa de distribuições mais adoptadas, particularmente ao nível dos sistemas para servidores, uma vez que nem todas as instituições estarão disponíveis para correr software mais sujeito a falhas e/ou a suportar os custos associados aos serviços da Red Hat.
É de salientar que o CentOS não é caso único no processo de adaptação dos pacotes do código-fonte da Red Hat e posterior disponibilização enquanto distribuição Linux com pacotes pré-compilados. Em tempos o CentOS competia em termos de popularidade com o Scientific Linux, contudo, ironicamente, em Abril de 2019 as instituições o suportam e mantêm optaram por não dar continuidade a esse processo para a versão 8 e adoptar o CentOS.
Já em Maio deste ano a Red Hat tinha anunciado formalmente o fim do suporte para o CoreOS um sistema concebido de raiz para correr aplicações em containers, encaminhando os utilizadores para a versão Fedora CoreOS, exclusivamente suportada pela comunidade e com ciclos de vida relativamente curtos, e para produtos Red Hat como o OpenShift e o RHEL CoreOS.
2020/12/10
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"Uma vez que me sinto suficientemente à vontade para aprofundar " não seria não me sinto.....
ResponderEliminarSim, corrigido. :)
EliminarMelhor que o CentOS é o Oracle Linux.
ResponderEliminar- Igualmente gratuito de distribuir e sacar
- Tem muito menos delay entre a release de RHEL e haver release no Oracle Linux, quando comparado ao CentOS
- Oferece um kernel mais recente com montes de melhorias (e btrfs!)
- Não violaram o contrato como o CentOS
- Converter CentOS para Oracle Linux é facil, visto que são os dois bináriamente compatíveis
Links:
http://yum.oracle.com/oracle-linux-isos.html
https://linux.oracle.com/switch/centos/
Inês, vindo da Oracle não me parece ser assim tão confiável.
EliminarSe considerarmos o que fizeram com o OpenOffice e até com o Java, é de ficar com o pé atrás.
+1
EliminarEspera só até se lembrarem de cobrar por ele, é uma questão de tempo.
Pois, mas é a Oracle. Convenhamos que o track record da empresa é horrível. Basta ver a exorbitância que querem pelo OracleJDK, e o trabalho/custo que está a dar a empresas para migrar para OpenJDK.
EliminarEu não metia aí as minhas fichas todas, suportando agora os custos da migração, para daqui a um par de anos ter de fazer o mesmo.
Quem não é de confiança é o CentOS.
EliminarO oracle linux já de lá vem e o switch é super simples.
Sobre os outros:
- openoffice: compraram e pagaram bem por ele para acabar doado à apache
- java: não vejo ninguem a ter deixado de usar java
Eles proprios dizem que o suporte é pago. Portanto é igual ao RHEL com suporte OPCIONAL.
Ja no centos não tinhas opcao de suporte.
win-win
-
Pois não viste ninguém a deixar de usar java. Mas o que eu vejo sou eu e o meus colegas a migrarem sistemas e apps para correrem OpenJDK porque o java da Oracle deixou de ser gratuito para uso em ambiente de produção. Se queres usar OracleJDK tens de pagar pelo suporte que inclui updates e patches de segurança.
EliminarUma coisa é teres meia-dúzia de servidores. Agora em estruturas grandes com centenas e milhares de servidores o custo é enorme para a organização.