A FCC autorizou o pedido da SpaceX para alterar as órbitas dos seus futuros satélites Starlink para órbitas mais baixas, apesar das preocupações da Amazon.
Os milhares de satélites que a SpaceX planeia para a constelação Starlink estão distribuídos por órbitas distintas, mas a FCC autorizou que 2814 satélites que originalmente estavam destinados para uma órbita dos 1100 aos 1200 km pudessem baixar para uma órbita dos 540 aos 570 km. Uma órbita mais baixa permite reduzir o tempo de comunicação entre os satélites e os terminais, mas este pedido não foi tão simples quanto se esperava.
A Amazon tinha expressado o seu desagrado com esta alteração, por colocar estes satélites da SpaceX numa órbita demasiado próxima da dos seus futuros satélites Kuiper (a rede de internet via satélite que a Amazon também planeia lançar), e que ficarão numa órbita dos 590 aos 630 km. A Amazon, e outras empresas como a OneWeb (recentemente apanhada a mentir) alegaram que a proximidade poderia levar a colisões e a interferências.
No entanto a FCC disse que a sua análise ao assunto concluiu que não iriam existir interferências excessivas, e que as órbitas mais baixas até são preferíveis em caso de colisões, pois os destroços cairão mais rapidamente na atmosfera onde se desintegrarão, ao contrário do que aconteceria em óbitas mais altas, onde poderiam permanecer por anos e anos. Ainda assim, a FCC pediu algumas garantias à SpaceX, nomeadamente a nível de assegurar que estes seus satélites nunca ultrapassarão uma órbita de 580 km, que também parece ter sido suficiente para que a Amazon se sentisse "ouvida".
2021/04/28
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Sempre que oiço falar em satélites de baixa altitude fico sempre com a sensação que estão condenados a cair ao fim de pouco tempo, isto porque sempre ouvi dizer que a atmosfera apesar de estar concentrada nas primeiras dezenas de km, não acaba abruptamente mas sim vai tendo cada vez menos densidade.. o que nos leva ao problema do atrito no ar e perda de velocidade... Satélites de baixa altitude não podem ser geo-eatacionarios e tem de andar bem depressa em relação às superfícies terrestre. Será que a 550km de altitude a atmosfera (ou o que resta dela) se pode mesmo desprezar? Ou os satélites precisam de gastar combustível para se manterem em andamento?
ResponderEliminarSim, é uma altitude bastante "normal". Basta relembrar que a ISS está a 408km e não "cai". :)
EliminarPrecisam de fazer ajustes ocasionais, mas de resto, poderão manter-se em órbita por anos / décadas sem chatices. Se não fizessem esses ajustes, acabariam por cair na atmosfera em poucos anos - nestas órbitas mais baixas - o que neste caso é um bónus, para evitar que fiquem dezenas de anos em órbita, como "lixo", em caso de qualquer problema.
Aqui não é um problema de atmosfera ou atrito. O problema é apenas 1: a gravidade. Existe micro gravidade, e por cada milímetro que o satélite baixa, a gravidade aumenta. Esses satélites são geoestacionários, ou seja, cada um deles cobre uma determinada área. Estando com uma velocidade orbital igual à da rotação terrestre, conseguem manter a mesma posição. Possuem combustível para compensar alteração pela gravidade, e para a manobra de fim de vida, onde reentram na atmosfera. Não necessitam de combustível para se manter em andamento.
EliminarAinda sofre atrito sim:
Eliminar"Atmospheric drag at orbital altitude is caused by frequent collisions of gas molecules with the satellite. It is the major cause of orbital decay for satellites in low Earth orbit" - https://en.wikipedia.org/wiki/Orbital_decay
A ISS ainda está na termosfera (até aos 513km), e a exosfera vai até aos 10 mil km. Nem a ISS nem os satélites Starlink estão em órbita geoestacionária, que fica imensamente mais distante, a 35786 km.
- https://www.esa.int/Enabling_Support/Space_Transportation/Types_of_orbits
Obrigado pela correção Carlos.
EliminarDe nada, estamos cá todos para aprender. E nisto das coisas orbitais, há muita coisa que "dá a volta" à cabeça. :)
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