2021/05/23

Baterias do Leaf reutilizadas nos transportadores das fábricas Nissan

Os veículos guiados automatizados ou AGV (Automated Guided Vehicles), da Nissan são máquinas autónomas móveis que ajudam os trabalhadores nas fábricas do construtor e que estão a evoluir rapidamente graças à segunda vida das baterias do Nissan LEAF, mais duradouras e rápidas a carregar do que as utilizadas anteriormente e às tecnologias de condução autónoma desenvolvidas pela Nissan para os seus automóveis.

As fábricas de automóveis são locais movimentados e os AGV tornaram-se indispensáveis. Na fábrica da Nissan, em Oppama, a sul de Tóquio, existem mais de 700 AGV e se olharmos para as fábricas de automóveis da Nissan em todo o mundo encontramos mais de 4.000 AGV a trabalhar intensamente. É uma orquestra de sinais e sensores a actuar em perfeita harmonia para evitar colisões nas instalações fabris.

A Nissan está constantemente a explorar novas formas de reutilizar as baterias do Nissan LEAF e nesse processo ocorreu a combinação entre os universos do LEAF e dos AGV.

O Nissan LEAF de primeira geração estava equipado com um conjunto de baterias de 24 quilowatt-hora. Estes conjuntos de iões de lítio eram produzidos através da combinação de 48 módulos. Há cerca de oito anos, os engenheiros da Nissan encontraram uma forma de utilizar três desses módulos, de os reagrupar e de os instalar num AGV. Agora, levaram essa ideia a um novo nível, ao utilizarem módulos de baterias reaproveitadas, em vez de novas, para alimentar os AGV.
A Nissan foi pioneira em proporcionar uma nova vida às baterias dos automóveis eléctricos para alimentar os seus AGV. Já não sendo suficientemente potentes para fazerem funcionar um automóvel, essas baterias estão ainda em perfeitas condições para alimentarem uma máquina que anda às voltas numa fábrica, tornando a electrificação da mobilidade uma proposta ainda mais sustentável.

Os AGV com as baterias de iões de lítio, novas ou reaproveitadas, carregam mais rápido. Além disso, os trabalhadores já não precisam de remover as baterias para as ligar à rede eléctrica. Os AGV param apenas momentaneamente na estação de carregamento ao longo da respectiva rota e recarregam gradualmente a cada passagem. Esta automatização permite poupar bastante tempo.

As baterias reaproveitadas do LEAF também duram mais. Enquanto as baterias de chumbo-ácido eram substituídas anualmente ou a cada dois anos, as baterias reaproveitadas do LEAF têm uma duração prevista de sete a oito anos. Menos baterias significa menos impacto ambiental e mais um passo rumo à neutralidade carbónica.

Os AGV não pararam de evoluir. Por agora, cada máquina está vinculada aos caminhos magnéticos estabelecidos para cada fábrica. Como um comboio nos carris, os AGV apenas podem circular onde a fita lhes permite. Alterar estas rotas, arrancando a fita, estabelecendo novas pistas e actualizando os programas informáticos, é algo que consome tempo e dinheiro. Mas talvez não por muito mais tempo.

Tal como as baterias do LEAF permitiram que os AGV trabalhassem durante mais tempo, os desenvolvimentos na condução autónoma podem libertar estes assistentes robóticos das fábricas da fita magnética. Num ambiente muito mais controlado e previsível, os AGV necessitarão de menos tecnologia do que os automóveis, mas poderão continuar a depender de sensores e algoritmos para circularem autonomamente. A Nissan também está a investigar sobre tecnologia conectada para permitir que os AGV se mantenham em contacto permanente com o computador que gere os seus movimentos pela fábrica.


[Artigo publicado originalmente no Pela Estrada Fora]

3 comentários:

  1. Carlos tens um erro ortográfico na palavra "constructor". A letra "c" antes do "t" está a mais.

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